Após o lobby de artistas que se reuniram no Rio e em São Paulo para manifestar apoio à permanência do ministro Juca Ferreira à frente do Ministério da Cultura (Minc), o produtor cinematográfico Luiz Carlos Barreto afirmou que, na área em que atua, há "95% de descontentamento com as políticas que são executadas pelo ministério". Segundo ele, iniciativas que partem dos artistas são recusadas.
— Se Juca fica ou não fica é um problema menor. O que é preciso é mudar a concepção de política cultural, é preciso conciliar o Brasil arcaico com o moderno. Defendo um ministro antenado com a convergência tecnológica do século 21, que crie políticas diferenciadas para, por exemplo, artesanato e as que são ligadas ao processos industriais. Já estamos perdendo 10 anos do século 21, o ministério tem um modelo dos séculos 19 e 20 — defendeu Luiz Carlos Barreto, que ontem publicou artigo no jornal "Folha de S. Paulo" afirmando que a mobilização em torno de Juca é uma "pressão injustificável" e que a discussão em torno da sucessão do ministro se tornou uma campanha eleitoral.
O produtor afirmou ainda que o movimento pela permanência de Juca Ferreira foi um "apoio orquestrado".
Artistas que participaram das manifestações a favor do ministro reagiram. A cantora Fernanda Abreu, uma das organizadoras de um almoço no Rio, criticou o artigo do produtor, classificando-o de "leviano":
— Barretão foi leviano ao dizer que a manifestação é artificial. Ninguém foi forçado a ir ao almoço. O movimento avalia que a gestão do Juca e do Gilberto Gil (ex-ministro do governo Lula) colocou o ministério num outro patamar. Não estamos declarando apoio geral e irrestrito, não concordamos com tudo o que foi feito, mas gostaríamos de proteger o ministério da cota de política partidária — disse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário