Brasília, 8/12/2010 – Em discurso emocionado no Seminário “Os desafios dos governos socialistas - Experiências estaduais bem sucedidas”, promovido pela Fundação João Mangabeira, o primeiro vice-presidente da Executiva Nacional do Partido Socialista Brasileiro – PSB – Roberto Amaral disse que o processo judicial movido contra a deputada federal reeleita Janete Capiberibe e o senador reeleito João Capiberibe, que pretende evitar que assumam os mandatos conquistados pelo voto em outubro “é uma violência contra a vontade eleitoral do estado do Amapá”.
Amaral considerou uma afronta a acusação, infundada e falsa, noticiada recentemente em matérias do Jornal Folha de São Paulo, que os levou à cassação, ele em 2005 e ela em 2006, e apontou o mentor do processo que pretende afastar os socialistas da vida política amapaense. “Capi e Janete são cassados por corrupção eleitoral. E seu mandante [da cassação] é Sarney”.
O vice-presidente socialista questionou a retroatividade da Lei Complementar 135/2009, popularmente chamada de Ficha Limpa, usada para impedir que João e Janete Capiberibe assumam os mandatos para os quais foram eleitos, depois de terem concorrido a outros cargos e a deputada Janete ter exercido 4 anos de mandato na Câmara dos Deputados. Em outubro, ele recebeu 130 mil 411 votos para o Senado e ela 28 mil 147 votos para a Câmara.
“Janete recupera seu mandato. A recuperação do mandato é uma ordem da soberania popular. Essa exerce seu mandato por inteiro. E agora, é reeleita. Capi, eleito pela segunda vez Senador da República. Querem impedir que tomem posse e vem a ignomínia da [não] diplomação e tentaram negar o registro”.
O veterano socialista brada seu protesto contra o desrespeito que a Justiça Eleitoral pretende cometer contra os cidadãos e cidadãs do Amapá e contra os políticos amapaenses e contra a omissão e apatia das instituições que são os representantes diretos da diversidade política popular.
“E aquilo que é propriedade deles e do povo amapaense, as suas votações, são negadas ao conhecimento do público, como se não existissem, como se não tivessem sido votados!”
“Que democracia representativa é essa? Que processo democrático é esse? Que Justiça Eleitoral é essa? Que Senado é esse, que não reage? Estão violando a sua cidadania e o Senado não diz nada como se nada a ele dissesse respeito. Que diz a Presidência da Câmara? Que estamos dizendo nós do PSB?”, desafiou Amaral para que a militância socialista e os representantes populares no regime democrático venham a se manifestar para impedir o que chamou, anteriormente, de “violência contra a vontade eleitoral do Amapá”.
Para Amaral, há suspeição nos tribunais superiores “que não é uma corte judicial, que não é uma corte constitucional. É uma corte política”. E foi duro ao exemplificar: “O senhor ministro relator da cassação do Capi não era ministro coisa nenhuma. Era advogado de defesa dos interesses do seu Sarney. Desonrou a toga! E no dia seguinte absolve Roriz.”
Roberto Amaral considerou seu discurso um desabafo contra as tramas feitas contra o casal Capiberibe. “Eu me sinto violentado diante de qualquer manifestação de impotência, mas se nada mais podemos fazer, nós temos, pelo menos, o nosso protesto. É uma democracia”.
Na mesma solenidade que encerrou o Seminário “Os desafios dos governos socialistas - Experiências estaduais bem sucedidas”, nesta quarta, 8, o diretor geral da Fundação João Mangabeira, Carlos Siqueira, apresentou a Moção de Apoio ao Senador Eleito João Capiberibe e à deputada eleita Janete Capiberibe” assinada pelos 6 governadores socialistas e demais lideranças partidárias.
Texto: Sizan Luis Esberci / Foto: Humberto Pradera
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