segunda-feira, 25 de outubro de 2010

DEU NO JORNAL NACIONAL DE HOJE

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As ações da Operação Mãos Limpas, desencadeadas na manhã desta segunda-feira (25) em Macapá, prendeu secretário da Prefeitura de Macapá e levou também o prefeito Roberto Góes (PDT) à Polícia Federal para depor. A notícia é destaque em toda a imprensa nacional, incluindo a edição desta noite do JN. A reportagem mais detalhada sobre a operação está seguindo abaixo.
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PF PRENDE SECRETÁRIO DA PREFEITURA DE MACAPÁ E MAIS 6
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Mario Tomaz
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A Polícia Federal desencadeou na manhã desta segunda-feira mais uma etapa da operação Mãos Limpas, que investiga um esquema de corrupção no governo do Amapá. Ao todo, sete pessoas foram presas, incluindo o secretário de gabinete da prefeitura de Macapá, Humberto Góes, a ex-secretária de Ação Social e Trabalho da prefeitura Hécia Lúcia Souza e a chefe de gabinete da procuradoria do município, Carla Gemaque.
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Também foram presos o chefe de gabinete da Secretaria Municipal de Obras e Serviços Públicos, Hugo Góes, o assessor da prefeitura Luiz Adriano Ferreira, Jardel Góes – membro da Comissão do Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) – e o empresário Alexandre Gomes Albuquerque, dono de uma empresa de segurança.
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Segundo a PF, 26 pessoas foram intimadas a prestar esclarecimentos, incluindo o prefeito de Macapá, Roberto Góes, o secretário de Educação, Arnelindo Silva, a ex-diretora financeira da Secretaria de Ação Social e Trabalho Livia Regina, a advogada Gláucia Oliveira e a procuradora Keila Simone. Ainda conforme a PF, os sete presos serão transferidos para Brasília (DF) às 17h de hoje.
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O caso
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A operação Mãos Limpas foi realizada no dia 10 de setembro e prendeu temporariamente 18 pessoas, entre elas o atual governador do Amapá, Pedro Paulo Dias; o ex-governador Antônio Waldez Góes, que se candidatou ao Senado neste ano; o ex-secretário estadual de Educação José Adauto Santos Bitencourt; o empresário Alexandre Gomes de Albuquerque; o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda Coelho; e o secretário estadual de Segurança, Aldo Alves Ferreira. Oito dias depois, Pedro Paulo Dias, Waldez Góes e sua mulher, Marília Góes, e Alexandre Albuquerque foram soltos para responder em liberdade.
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A polícia constatou que a maioria dos contratos administrativos firmados pela Secretaria de Educação beneficiavam empresas selecionadas. Apenas uma empresa de segurança e vigilância privada manteve contrato emergencial por três anos com a secretaria com fatura mensal superior a R$ 2,5 milhões e com evidências de que parte do valor retornava, sob forma de propina, aos envolvidos.
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O ministro determinou posteriormente a prisão de outros dois envolvidos: Jasildo Moura Santos, escrivão aposentado da Polícia Federal e atual chefe do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança do Estado, acusado de ameaçar e coagir testemunhas, e Armando Ferreira do Amaral Filho, ex-secretário de Planejamento, Orçamento e Tesouro do Amapá, acusado de ocultar provas do caso.
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Foram identificados também desvios de recursos no Tribunal de Contas do Estado, na Assembleia Legislativa, na Prefeitura de Macapá, nas Secretarias de Estado de Justiça e Segurança Pública, de Saúde, de Inclusão e Mobilização Social, de Desporto e Lazer e no Instituto de Administração Penitenciária.
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Os envolvidos são investigados pelas práticas de crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, advocacia administrativa, ocultação de bens e valores, lavagem de dinheiro, fraude em licitações, tráfico de influência, formação de quadrilha, entre outros crimes conexos.
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Do blog da Luciana
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No depoimento do prefeito de hoje a Polícia Federal buscou conexões entre ele e os demais suspeitos envolvidos na Operação Mãos Limpas. O prefeito admitiu parentesco com Humberto Góes e negou envolvimento com diversas empresas que negociam com a prefeitura. Ele negou também saber que a mulher de Humberto seja proprietária de empresa que negocia com a prefeitura de Macapá, conforme afirmou em seu depoimento a ex-secretária Municipal de Assistência Social e Trabalho, Hécia de Souza. O advogado do prefeito, Marcelo Leal já temia que as investigações atingissem o prefeito. Ainda no primeiro turno das eleições, o primo do prefeito, ex-governador Waldez Góes (PDT) ficou dez dias preso como suspeito de participação em desvio de dinheiro público apurado pela Operação Mãos Limpas e chegou em quarto na disputa pelo senado depois da prisão.

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