quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SOBRE A AUDIÊNCIA PÚBLICA DE ONTEM

A Câmara Municipal de Macapá foi tomada ontem por artistas e produtores culturais, na convocação feita pelo vereador Marcelo Dias (PSDB) para a Audiência Pública cujo tema era “A Infraestrutura da Cultura em Macapá”, que vai – como todos sabem - de mal a pior. E eu estive lá para manifestar a minha opinião sobre o assunto. Como eram dois minutos apenas para a explanação, me prendi a dois assuntos pertinentes: o Teatro das Bacabeiras e o Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável – ambos deixados à boa sorte pelos dois últimos governos, do PDT e do PP. A minha colocação foi muito simples porque fazia referência a danos geralmente aplicados quando ocorre alternância de poderes, infelizmente. Por exemplo, quando vence um governo de oposição, as obras deixadas pelo governo anterior são esquecidas, ou seja, não concluídas ou não recuperadas. Claro que há exceção, mas, na maioria das vezes, é assim que acontece. Pois é o caso do Museu Sacaca do Desenvolvimento Sustentável, construído pelo Governo Capiberibe e que o Governo Waldez Góes, que o sucedeu, simplesmente o deixou às favas. Até o nome do logradouro público eles suprimiram: passou a se chamar apenas Museu Sacaca. E, veja bem: o museu a céu aberto – um dos poucos no Brasil - localizado na Avenida Feliciano Coelho, quando entregue à população no dia 5 de abril de 2002, devido as sua características de identidade cultural dos povos da floresta, recebeu destaque da imprensa nacional e internacional. Pois essa obra-prima, durante esses quase oito anos de governo do PDT/PP não recebeu uma reforma sequer e está lá, pra quem quiser ver, entregue à boa sorte. Dizem que a intenção do ex-governador pedetista era apagar da memória do povo amapaense, de vez, o PDSA (Programa de Desenvolvimento Sustentável do Amapá). E o Teatro das Bacabeiras, parcialmente, também é outro exemplo - se bem que o Teatro das Bacabeiras não foi construído na gestão Capiberibe, mas iniciada no Governo Barcellos e finalizada no Governo Nova da Costa. A última grande reforma do Teatro, sim, foi feita por Capiberibe, revelando que há exceção na alternância de poderes, como citei. Apresentei esses dois exemplos porque essas obras - que são patrimônios da cultura do Estado, e dois belos de nossos cartões postais - estão fincados em nossa cidade. É preciso que isso mude ou que se tome o bom exemplo deixado pelo Capi. O que não tenho a menor dúvida que o filho, governador agora eleito Camilo Capiberibe, seguirá o bom exemplo do pai. Havendo um respeitado e bem sucedido revezamento, sobretudo com as obras inacabadas (ou acabadas) deixadas naturalmente pelo governo anterior, nós não precisaremos discutir nunca mais a infraestrutura de qualquer aparelho de governo.

Foi esta a minha participação na Audiência Pública de ontem, convocada pelo vereador Marcelo Dias e discutida com colegas artistas e produtores culturais na Câmara Municipal de Macapá.

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