quinta-feira, 25 de novembro de 2010

RESUMO DA REPORTAGEM DA FOLHA

Kátia Brasil

Uma semana depois da acusação de que o senador Gilvam Borges (PMDB-AP) comprou testemunhas no processo que cassou mandatos do casal João e Janete Capiberibe (ambos do PSB), duas delas reiteraram à Folha os depoimentos que deram em 2002 ao Tribunal Regional Eleitoral do Amapá.

Na ocasião, as testemunhas Maria de Nazaré da Cruz Oliveira, 35, e Rosa Saraiva dos Santos, 37, afirmaram que receberam, cada uma, R$ 26 para votarem em João (candidato ao Senado) e Janete Capiberibe (Câmara).

Naquele ano, o PMDB ingressou com representação contra o casal, e elas foram testemunhas. Mas o TRE considerou os depoimentos improcedentes. O PMDB entrou com recurso no TSE.

Com base nesse recurso, o TSE cassou Capiberibe em 2005, sob a acusação de compra de votos, considerando como principal prova os dois depoimentos.

O beneficiado com a cassação de Capiberibe foi Gilvam Borges, terceiro lugar.

Nas eleições deste ano, o casal concorreu novamente. Mas, em razão da Lei da Ficha Limpa, teve seus registros barrados pelo TSE. Ainda cabe recurso. Se mantida a decisão, Borges, novamente terceiro, será beneficiado.

Maria e Rosa foram ouvidas de novo após a Folha ter revelado que, em julho, o ex-cinegrafista Roberval Coimbra Araújo disse, em depoimento ao Ministério Público Federal, que elas receberam R$ 14 mil para fazer a acusação contra os Capiberibe.

Ainda segundo Araújo, as duas recebem, faz oito anos, mesada de R$ 2.000, paga por Gilvam Borges, aliado de José Sarney (PMDB-AP).

À Folha, no sábado (20), Rosa disse que, em outubro, foi Araújo quem ofereceu dinheiro para elas mudarem o depoimento. “Ele ofereceu R$ 400 mil. O Capi [Capiberibe] que ia dar pra ele.”

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