sexta-feira, 26 de junho de 2009

O REI DO POP ESTÁ MORTO


Era pouco mais de 18h30 e eu estava atualizando a minha página na internet quando vi a notícia. A princípio, pelas excentricidades que sempre envolveram a vida do Rei do Pop, não acreditei muito. Mas, mesmo assim, postei imediatamente a matéria que está aí embaixo. De repente, na televisão, a vinheta do plantão do Jornal Nacional. Era a Fátima Bernardes dizendo que as notícias estavam desencontradas e não confirmava a morte de Michael Jackson. Quase volto ao computador para deletar o texto postado minutos antes. Evidente que torcia – como milhões de fãs do mega-astro americano – que não fosse verdade o que acabava de ler e que, num piscar de olhos, se espalhava por todo o mundo.
Somente 30 minutos de exibição do telejornal que veio a confirmação da notícia: “Está realmente morto o Rei do Pop”, dizia, em tom melancólico, a correspondente do Jornal Nacional diretamente dos Estados Unidos.
Hoje de manhã acordei cedo para assistir ao Bom Dia Brasil e só deu Michael Jackson – o noticiário quase todo falando da morte e a repercussão no mundo. Toda a história dele reprisada, dos Jackson Five – onde ele iniciou a carreira ainda criança – à primeira imagem do corpo do artista morto envolto por lençol branco numa maca subindo na ambulância filmada à distância de helicóptero. Entre as imagens paradoxais da vida e da morte de Michael Jackson há uma que muito me comove: USA for AFRICA – o famoso clip que reuniu os maiores nomes da música Pop mundial no combate à desgraça da fome que atinge milhões de seres humanos no continente africano. Michael Jackson, o principal compositor da canção e o cara que teve a genial idéia de juntar aqueles artistas todos por causa tão justa e tão nobre em favor da humanidade. Isso – lá pelos anos 80 – me bastou para me tornar fã incondicional de Jackson. As imagens e a sonoridade do clip ficam para sempre indeléveis em minhas retinas e, sobretudo, no meu coração.
Agora sim, findado o desenho, é que vamos ver a grandeza humana do artista emergir por todos os poros e cantos do planeta azul. Infelizmente – diria um ET de passagem pela Terra – “homens são assim”.
No disco comemorativo aos 25 anos do tropicalismo – Tropicália 2 – lançado em 1993, no encarte do álbum Caetano Veloso e Gilberto Gil escrevem o seguinte sobre o mega-astro: “Tudo em Michael Jackson é feito de matéria pop: sua grande música, sua grande dança, sua vida mínima. Em nossos dias ele tem a mesma carga de popismo de Marilyn ou Elvis ou Elizabeth Taylor. Perto dele, Madonna parece uma mera teórica”. Os líderes tropicalistas, na época, comemoravam também 50 anos – a idade em que morre Michael Jackson.
Em Billie Jean, gravada magistralmente em ritmo de bossa por Caetano Veloso, a letra remete a um trecho curioso da canção Nega Maluca, dos compositores Edwaldo Ruy e Fernando Lobo, e que Caetano, pela descoberta e identificação, também gravou: “Tava jogando sinuca/ Uma nega maluca me apareceu/ Vinha com o filho no colo/ Dizendo pro povo que o filho era meu”. Será que não é por isso que Michael Jackson, em sua vinda ao Brasil, preferiu a favela do Rio e o pelourinho de Salvador com os tambores do bloco Olodum?
Michael, findaste por aqui o teu desenho! Mas ontem mesmo vi uma nova estrela se abrir na lona azul do céu. Uma estrela exuberante e cintilante, celeste e celestial...


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