quarta-feira, 2 de setembro de 2009

LIBERDADE DE IMPRENSA NO AMAPÁ


Já está circulando em todo o Amapá o semanário O ESTADO, que tem à frente o competente jornalista Emanoel Reis – colaborador da revista Vanguarda. Emanoel é jornalista formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e milita na imprensa amapaense há décadas. No editorial da edição que está nas bancas, O ESTADO deixa bem claro que vem pra fazer a diferença entre os jornais, tablóides e pasquins que circulam no meio do mundo. Postamos aqui o “editorial-estilingue”, cujo principal alvo é a imprensa tucuju dominada.
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Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!
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INFORMAÇÃO MANIPULADA
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Nos dias sequentes após o prédio onde funcionava o depósito de merenda escolar e almoxarifado da Secretaria Municipal de Educação (Semed) ter sido totalmente destruído pelo fogo, a imprensa macapaense fez veicular matérias mal-ajambradas, escoradas por manchetes garrafais, sugerindo que o incêndio fora criminoso, provocado por “atos terroristas” visando “prejudicar” a administração do prefeito Roberto Góes (PDT).
O incidente ocorreu na madrugada de 13 de julho. Na manhã de 17 de gosto, o Corpo de Bombeiros divulgou laudo revelando que o incêndio fora provocado por um curto-circuito nos fios desencapados – com certeza, por falta de manutenção – do velho edifício. No dia seguinte à divulgação do laudo, nenhum jornal, programa de rádio ou colunista se preocupou em esclarecer a população sobre o deplorável equívoco cometido em passado recente.
Esse episódio lamentável, protagonizado em Macapá por empresas de comunicação e jornalistas ansiosos em agradar os manda-chuvas de plantão, poderia ser convertido em tema de estudos na única faculdade de comunicação ainda em atividade no Amapá. Infelizmente, passou despercebido. E quando isso acontece, significa que uma parte da sociedade está muito doente.
Em especial, porque desde o início a cobertura da imprensa no incêndio do depósito da Semed foi extremamente tendenciosa. Talvez não por culpa de repórteres ou redatores. Mas sem dúvida, uma determinação dos donos das empresas, clientes preferenciais dos governos.
Ou seja, eis aí uma prova inconteste de que liberdade de imprensa só existe nos compêndios meramente academicistas, cuja utilidade prática no mercado de trabalho para os jornalistas com alguma seriedade esbarra – e sempre esbarrará – nos interesses políticos e comerciais do dono da empresa.
Esse mau comportamento no jornalismo é estimulado por bucaneiros travestidos de empresários de Comunicação, locupletadores das verbas publicitárias disponibilizadas por governos essencialmente corruptos que precisam da imprensa domesticada para que a sociedade não seja devidamente informada sobre as irregularidades cometidas nos porões do poder.
Ao atropelar direitos individuais, ignorar provas, transformar suspeitas em matérias jornalísticas, menosprezar evidências contrárias à tese defendida, esse arremedo de empresário apenas contribui para denegrir a imagem da imprensa amapaense.
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Emanoel me liga pra dizer que a nova edição chega às bancas na sexta-feira, 4.

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