segunda-feira, 19 de outubro de 2009

É SARRO, É? RENATO RUSSO NELE!


Veja só o super aí tirando o maior sarro da cara da gente e de toda a legião de bundas-mole que o levou para mais oito anos no Senado Federal. Bundas-mole que vieram de todos os lugares da República das bananas do Brasil (e não me venha com xurumelas dizer que não) – principalmente das províncias do Grão-Pará e do Maranhão, as mais próximas – para se juntar aos nossos pobres e serelepes bundinhas burgueses do meio do mundo. Que tal (aproveitando a ideia do nosso bunda-mole-mor Adelécio Freitas), construir também no Marco Zero do Equador uma grande bunda – um bundão para ser mais preciso –, com a linha imaginária do Equador passando exatamente no meio (tomate-te!), em homenagem aos eleitores do Super Sa-Saraminda? Olha o que a imaculada Marina Silva declarou, recentemente, sobre o suprassumo da terra do boi-bumbá e do arroz-de-cuxá: “É impossível recuperar a credibilidade do Senado sob a presidência do senador José Sarney”. E quando o pessoal do CQC fica fazendo graça lá no corredor do Congresso, ele passa rindo, na maior cara-de-pau, com sua pose cínica de superstar... dista. E a legião de bundas-mole da República das bananas do Brasil, assistindo pela TV a tudo e na mais completa e absoluta indiferença. Que super-poderes são esses? E que país e juventude são estes que não se manifestam? Não, eu tenho que cantar a canção da Legião Urbana pra não ter um troço...

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PERFEIÇÃO
Renato Russo

Vamos celebrar a estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja de assassinos
Covardes, estupradores e ladrões
Vamos celebrar a estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação
Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião
Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade
Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta de hospitais
Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras e seqüestros
Nosso castelo de cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia e toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã
Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...
Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado de absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos o Hino Nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão
Vamos festejar a inveja
A intolerância e a incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente a vida inteira
E agora não tem mais direito a nada
Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta de bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror de tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão

Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça

Venha!
Que o que vem é perfeição...

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