Elas são portuguesas e foram fotografadas no coração de nossa floresta pelo Jorge Vismara - fotógrafo baiano radicado em Los Angeles (Estados Unidos). Vismara veio ao Amapá através do projeto Navegar Amazônia, que já não existe mais por entre a gente (o projeto). Elas, acadêmicas de uma Faculdade particular de Lisboa, vieram num intercâmbio da instituição de ensino de lá com a Universidade Federal do Amapá (Unifap) daqui, e ao conhecerem o Navegar Amazônia se deslumbraram... embarcando com mais oito outras colegas - e também muito lindas - portuguesas, numa expedição à Serraria Pequeno – localidade pertencente ao município paraense de Afuá. Eu fazia parte do Navegar Amazônia, era agente cultural e assessor de imprensa do projeto. A loirinha aí do biquinho bonito – Mariana, a gracinha! –, quando foi à Portugal passar o Natal com a família, me trouxe um livro espetacular da poeta Florbella Espanca que me emocionou muitíssimo! Presenteou-me o livro e nunca mais nos falamos, porque ela, logo em seguida, foi embora. Mas é presença viva em minha memória a viagem em meio há tantas mulheres encantadoras e cultas. Elas conheciam a literatura brasileira e, sobretudo, a nossa música popular. Durante a viagem cantei muito pra elas, do Caetano, Os Argonautas: Navegar é preciso/ Viver não é preciso... E, principalmente, o verso palpitante vampiresco “do meu dente em tua veia”. Escrevi muito sobre elas, sobre a troca de conhecimentos e as descobertas pelas linhas e curvas dos rios da Amazônia. Os textos, sempre cheio de graça, foram todos postados no site do projeto na coluna denominada Diário de Bordo, que, pelo que me parece, foi deletado de lá depois que transferiram “o barco da poesia concretizada” para São Paulo. O Navegar Amazônia hoje navega pelo rio Tietê. Deveria mudar de nome. Mas, voltando as tigresas lusitanas...
O sotaque delas soltando despretensiosamente palavras típicas do vocabulário do meio do mundo ao vento me soam cada vez mais saudosista. Ouvindo Menina da Ria no novo disco do Caetano e revendo a fotografia do Vismara com as felinas portuguesas e os passarinhos amazônicos, nossa... dá vontade até de esquecer os escândalos do Sarney pra sempre e deixar que me tenham (tô nem aí...) como o mais novo e entusiasmante bunda-mole dos trópicos!
O sotaque delas soltando despretensiosamente palavras típicas do vocabulário do meio do mundo ao vento me soam cada vez mais saudosista. Ouvindo Menina da Ria no novo disco do Caetano e revendo a fotografia do Vismara com as felinas portuguesas e os passarinhos amazônicos, nossa... dá vontade até de esquecer os escândalos do Sarney pra sempre e deixar que me tenham (tô nem aí...) como o mais novo e entusiasmante bunda-mole dos trópicos!
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