sexta-feira, 21 de agosto de 2009

COISAS DE TROPICÁLIA NA BEIRA-RIO


“PARANGOLATAS” VIRA CASO DE POLÍCIA
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O ator prenambucano Edson Barrus esteve em Macapá, participando do evento de arte rEs’quiNÓSCio. Com performance inspirada na arte tropicalista de Hélio Oiticica, provocou, logo na chegada, o maior sururu nos quiosques da Beira-Rio, numa noite pré-carnavalesca de fevereiro.
Trajando um “parangolatas” – paramento feito de latinhas de cerveja, baseado nos “parangolés” do artista revolucionário tropicalista -, Barrus percorreu o calçadão da Beira-Rio correndo, e chamando a atenção de curiosos. Como os inusitados parangolés quando foram lançados em 1968, no auge da ditadura, os “parangolatas” também viraram caso de polícia.
Uma senhora concessionária de um dos quiosques, vendo no artista um ser de outro planeta, acionou a PM. Os policiais chegaram armados, inclusive com coletes à prova de balas. Edson Barrus, impávido e sereno de dentro de seu smoking de latas de alumínio, mirava os repressores com o seu olhar cínico. Mas antes que os PMs radicalizassem, o professor e artista fotográfico Artur Leandro, que também incorpora o movimento, protestou: “A polícia vem pra prender o artista, enquanto o bandido corre solto!”.
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Nota publicada no PONTO G da revista Vanguarda – edição 07 – março/2004.
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O show-manifesto TROPICÁLIA NA LINHA DO EQUADORcom Aroldo Pedrosa e a banda Vanguarda – vai acontecer quinta-feira, 27, no SESC Centro. Venha!

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