Vi o debate da sessão de ontem que pedia a renúncia de Sarney da presidência do Senado. Vi o “mastodôntico” senador alagoano Fernando Collor de Melo – ex-presidente da República execrado do poder pela opinião pública (lembra?) – defender a permanência de Sarney na presidência daquela Casa. Collor falava para o senador peemedebista Renan Calheiros, companheiro de partido na época - o PRN - que o levou à presidência do Brasil. Trabalharam juntinhos naquele governo corrupto e escandaloso. Do outro lado, o senador gaúcho Pedro Simon (PMDB) e o paulistano Eduardo Suplicy (PT), homens íntegros e respeitados da política brasileira, pedindo a renúncia de Sarney. Pedro Simon, o mais contundente pela saída do presidente e moralização da Casa, atacado por Renan, retrucou... lembrando que o líder do PMDB no Senado abandonou o presidente "collorido" às vésperas de sua cassação. Visivelmente "com aquilo roxo" pra lá de inflamado pela citação, Collor tomou as dores testiculares de Renan, esbravejando que o senador gaúcho "digerisse" - e depois "engolisse" - as palavras tais pronunciadas na tribuna. O senador pedetista Cristovam Buarque (DF) – também famoso por sua integridade no parlamento – respondeu que Simon não tem absolutamente nada que engolir, mas ser exatamente o que sempre foi, ou seja, interlocutor do Brasil naquela Casa. Renan e Collor, dois ex-presidentes que perderam seus cargos por malversação do dinheiro público e pressões da opinião pública - portanto nada exemplares para nós brasileiros - aliados e defensores arraigados de José Sarney no Senado. Agora tente dormir com um barulho desses! A peleja, com transmissão ao vivo pela TV, lembrava a espetacular capa de disco do Zé Ramalho que tomei a liberdade de postar aí em cima.
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