UM DESPAUPÉRIO DE TORQUÁLIA
para o neotropicalista Aroldo Pedrosa
nada de mais
se o muro é pintado de verde
não sei se ainda quero ver-te
neste país do carnaval
lírico demais
se os planos são enganos
pra mim tanto faz
as perdas e os danos
“eu sou como sou: vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim”
nada de mais
se o poeta é um anjo torto
a tarde já nos traz
o corpo de um outro morto
agora não se fala mais
toda palavra é uma cilada
um gesto pode ser o fim
se tudo quer dizer nada
“eu sou como sou: vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim”
nada de mais
se quiserem roer o osso
já não estou nem aí
com geléia até o pescoço
nada de mais
se a palavra é precipício
o que fica tanto faz
a poesia já não corre risco
Herbert Emanuel a partir do poema Cogito de Torquato Neto
para o neotropicalista Aroldo Pedrosa
nada de mais
se o muro é pintado de verde
não sei se ainda quero ver-te
neste país do carnaval
lírico demais
se os planos são enganos
pra mim tanto faz
as perdas e os danos
“eu sou como sou: vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim”
nada de mais
se o poeta é um anjo torto
a tarde já nos traz
o corpo de um outro morto
agora não se fala mais
toda palavra é uma cilada
um gesto pode ser o fim
se tudo quer dizer nada
“eu sou como sou: vidente
e vivo tranqüilamente
todas as horas do fim”
nada de mais
se quiserem roer o osso
já não estou nem aí
com geléia até o pescoço
nada de mais
se a palavra é precipício
o que fica tanto faz
a poesia já não corre risco
Herbert Emanuel a partir do poema Cogito de Torquato Neto
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