quinta-feira, 14 de outubro de 2010

VERDADES E MENTIRAS

RupSilva

Confesso que nunca esperei viver o momento atual que fugiu o controle, feriu sensibilidade e atingiu dimensão imerecida. Embora esse seja um risco que corremos quando optamos enveredar por atividade tão fascinante quanto os caminhos do jornalismo.

Amigos comuns, preocupados com dimensão da crise, aconselham via telefone, msn, e-mail e pessoalmente que maneirássemos e se possível esquecesse o episódio em favor de uma amizade profícua que se mantém por longos anos.

Embora visse nessas recomendações a melhor das intenções quero me reservar o direito de decidir sobre como [e o farei da forma mais coerente e sensata possível] esclarecer situações que me vitimaram tão profundamente.

Quero começar dizendo, com a sinceridade que sempre pautou meus relacionamentos [e isso é absolutamente verdadeiro] que a amizade que nutro pelo Jornalista Correa Neto nunca, em tempo algum, deve ser colocada em dúvida.

Há dezenas de razões que alimentam minha admiração por Correa que transitam entre sua competência profissional inquestionável, o respeito aos princípios éticos e morais e a luta incessante por uma sociedade justa.

E dentre tantos mestres que tive no aprendizado dessa nobre atividade ele, Elson Martins, Helio Penafort, José Maria de Barros, Alcy Araújo são figuras inesquecíveis. Correa em particular por todos os momentos vividos, falando, escrevendo ou num papo coloquial, tantas vezes travado no aconchego do seu lar, me permitiu conhecer e respeitar o cidadão que é.

Esse é o meu sentimento, a minha verdade que não me afastarei. Mas como a amizade e a convivência fraterna são atos de vontade própria, humildemente me quedarei se decidir que traí sua confiança, como disse, e resolver nela colocar um ponto final. Sinto muito!

Infelizmente tem coisas que não podem ficar sem o devido esclarecimento, pois enveredam pelos caminhos delicados da honra, da ética, do caráter e outros valores que me são muito caros.

Não ousarei adjetivar as acusações do jornalista de mentirosas. O máximo que me permito é que Correa se equivocou me ferindo gravemente.

Não quero estabelecer uma “guerra do fim do mundo” nem alimentar a infrutífera prática da polêmica imotivada, como me parece ser a presente.

Para uma pessoa do ofício, que no seu duro aprendizado conheceu a sofrida realidade da loucura, a convicção de Correa que este articulista, que conhece sobejamente, estava viajando na loucura, mais que a surpresa me atingiu profundamente.

Considero-me uma pessoa lúcida, com pleno domínio das suas faculdades mentais. Coloco isso nos meus debates, discussões, divergências e conceitos emitidos no exercício dessa atividade que tanto nos embriaga. Tanto me parece verdade que por várias vezes [que me fez sentir orgulhoso] você recomendou aos leitores de seu site um mergulho nos meus artigos e temas abordados.

Portanto, como se fala no atual dialeto virtual,”pegou pesado”. Mais que isso, sem nenhum fundamento. A menos que tenha a intenção pura e simples da ofensa gratuita.

Não é verdade que usei o subterfúgio de enviar o artigo que motivou a polêmica com o objetivo de fugir a sua réplica imediata. Não vivêssemos na era da informação instantânea, tal alegação passaria como verdade. A menos que quisesse me submeter a odiosa ‘censura prévia”, que não acredito.

O uso de Claudio Correa, seu sobrinho, como postador no webmast foi por sua sugestão. Meu irmão, João Silva, que subscreve uma coluna igualmente no seu site, pessoa séria e isenta, é testemunha dessa orientação, tanto que há pelo menos 20 ou mais contribuições, usamos esse caminho.

Quanto ao tema que motivou esse arrufo, quero lhe comunicar que não arredarei pé. Até porque tudo que se diz, escreve e aparece na mídia é pública e notória, todo mundo sabe. Tanto que as manifestações de admiração e apoio chegam todos os momentos. Mas isso, quero reafirmar, não se trata de uma “batalha do fim do mundo”.

Por fim quero dizer não ser do meu caráter a prática do patrulhamento ideológico. Acredito nos valores democráticos e o direito a livre expressão do pensamento, para mim é fundamental.

Ninguém espere desse modesto e limitado escriba conivência com a mentira, o embuste e outros artifícios de escamotear a verdade. Assumir suas posições, com todas as conseqüências, não é um pecado, ao contrário, dignifica, engrandece.

Como dizia minha mãe, “a mentira tem pernas curtas”. Os fatos se avolumam e afunilam até não caber mais sob o tapete. Pronto, a verdade se revela!

Qual a intenção de esconder as relações políticas de cada um? Do candidato, dos apoiadores e seguidores? Salvo engano, você mesmo, meu caro Correa, inteligentemente observou o beco sem saída que atitudes dessa natureza conduzem. Pelo qual, aqui penso eu, enveredou a “nova esquerda”.

O que não parece justo é atribuir aos outros a razão de seus desacertos. Jamais ofendi ou tive a intenção de ofender alguém. Mais uma inverdade. Não posso é admitir a violação de minhas idéias como fez a blogueira Alcinéa no caso da eleição de Randolfe.

Por fim, considero-me no direito de condenar a imolação da esquerda, independente de quem esteja na sua liderança. Da mesma forma repudiar o uso de conceitos ultrapassados e preconceituosos como o do “projeto familiar”, com o objetivo de negar o valor do trabalho dos Capiberibe, cansados da perseguição, agora vinda de ex-companheiros.

Para encerrar imagino o amor que nutre por Márcia a quem conhece melhor que todos nós e deve merecer sua defesa. Da mesma forma que faço de meus filhos, para quem sobraram estilhaços imerecidos dessa batalha insana, de quem me orgulho de serem o que são. Além de competentes e reconhecidos, são defensores inarredáveis dos valores democráticos. Sem mais, um fraterno abraço.

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