terça-feira, 25 de agosto de 2009

É PROIBIDO PROIBIR - 1968/1969


Ao longo desses 40 anos de transformações, entre elas o retorno da democracia brasileira, vários livros foram publicados, e, particularmente, pelo menos quatro entre os que li carrego comigo como fonte de consulta, porque narram com grandeza e precisão detalhes dessa – como diria o compositor Chico Buarque de Holanda – página infeliz da nossa história.
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Aroldo Pedrosa
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Desde o ano de 2007 – há pouco mais de dois anos – que o leitor de Vanguarda vem acompanhando em nossas páginas, identificadas pelo rótulo “TROPICÁLIA 40 ANOS – 1967/1968”, reportagens especiais acompanhadas de depoimentos (Jorge Mautner e Gilberto Gil estiveram na edição anterior) sobre o mais expressivo movimento de renovação cultural – o tropicalismo – ocorrido no Brasil nas últimas quatro décadas. E 2008 foi o ano em que a imprensa brasileira mais fez emergir o episódio da história que culminou com a decretação do Ato Institucional nº 5, em 13 de dezembro de 1968, pelo regime militar que governava o Brasil na época. O AI-5, como assim ficou conhecido, foi decretado pelo presidente Costa e Silva como pretexto para cassar o deputado federal Márcio Moreira Alves, que, às vésperas do dia nacional da independência do Brasil, subira à tribuna da Câmara para pedir as mulheres desses militares que fizessem greve de sexo como protesto ao regime de exceção vigente no país, que a tudo – ou quase tudo – proibia. Na mais sinistra noite de sexta-feira 13 (imagina quantos milicos brocharam naquela noite com o eco do discurso do deputado subversivo na cabeça), sobretudo com a rejeição da Câmara ao pedido de licença para o STF processar Moreira Alves, os militares – com as prerrogativas do AI-5 – indignados subiram nas tamancas, numa pressão ao presidente da República que, sem saída, fechou o Congresso Nacional e, entre outros absurdos, prendeu, dias depois, os líderes tropicalistas Caetano Veloso e Gilberto Gil, que, com suas idéias de vanguarda e comportamentos, vinham incomodando os militares conservadores na caserna.
Ao longo desses 40 anos de transformações, entre elas o retorno da democracia brasileira, vários livros foram publicados, e, particularmente, pelo menos quatro entre os que li carrego comigo como fonte de consulta, porque narram com grandeza e precisão detalhes dessa – como diria o compositor Chico Buarque de Holanda – página infeliz da nossa história.
Em “1968 – o ano que não terminou”, o jornalista e escritor Zuenir Ventura dedica um capítulo inteiro do livro para descrever e analisar um dos episódios mais controvertidos da cultura brasileira: a apresentação da canção É proibido proibir, por Caetano Veloso, no III Festival Internacional da Canção-FIC promovido pela Rede Globo.
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O capítulo, do livro de Zuenir Ventura, está postado abaixo.

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