Vanguarda Cultural, no próximo dia 1º de maio (Dia Universal do Trabalhador) faz sete anos. Parece conta de mentiroso, mas não... são exatos sete anos! E para celebrar essa data tão expressiva e representativa para a nossa trupe, vamos, a partir de hoje, fazer retrospectiva da revista (que era chamada de “jornal” em suas primeiras edições) que resistiu a esse último governo sem dá pelotas (o governo) para “a melhor impressão do Amapá”. Impressão esta que, modéstia à parte, fazemos ao longo desses anos com muito amor e carinho. E vamos começar a nossa retrospectiva com o artigo “Vida longa à Vanguarda Cultural”, assinado pela jornalista Márcia Corrêa, postado no site http://www.correaneto.com.br/, o qual reproduzimos na segunda edição de Vanguarda.
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Obrigado, Márcia. São sete anos, querida!
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VIDA LONGA À VANGUARDA CULTURAL
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Márcia Corrêa
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Acordei depois do meio-dia no feriado de 1º de maio, com toda a preguiça que um feriadão anuncia. Ao voltar para casa, no meio da tarde, depois de uma breve saída para levar as crianças à piscina – só elas têm essa disposição ensolarada, recebi Vanguarda Cultural, jornal que o Aroldo Pedrosa, poeta e jornalista de boas falas, excelentes letras e caminhares corajosos pelos rumos da cultura, e Lulih Rojanski, também poeta e jornalista que adotou essa terra como poucos que nasceram aqui, haviam deixado minutos antes.
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Obrigado, Márcia. São sete anos, querida!
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VIDA LONGA À VANGUARDA CULTURAL
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Márcia Corrêa
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Acordei depois do meio-dia no feriado de 1º de maio, com toda a preguiça que um feriadão anuncia. Ao voltar para casa, no meio da tarde, depois de uma breve saída para levar as crianças à piscina – só elas têm essa disposição ensolarada, recebi Vanguarda Cultural, jornal que o Aroldo Pedrosa, poeta e jornalista de boas falas, excelentes letras e caminhares corajosos pelos rumos da cultura, e Lulih Rojanski, também poeta e jornalista que adotou essa terra como poucos que nasceram aqui, haviam deixado minutos antes.
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Puxa! Fiquei lisonjeada pela gentileza. Peguei o jornal para dar uma olhada e... fui olhando, sentei num cantinho da cama para ler o texto sobre Patrícia Bastos, a sabiá da planície, passei para a fotografia de Val Fernandes, de luz e chuva numa tarde cinzenta de Macapá, vi que o rodapé da primeira página anunciava entrevista com Lô Borges e fui ficando ali. Há tempos não fazia isso, ler um jornal inteirinho, de cabo a rabo, de uma vez só. Vanguarda está uma delícia, como a compota de goiaba que fui buscar para me fazer companhia enquanto terminava de lê-lo. Aroldo Pedrosa quase explode de brasilidade no texto Uma odisséia nos trópicos, que vem logo na segunda página. Pensei nele escrevendo aquilo, ansioso por dar conta desse Brasil cultural tão rico, diverso, amplo e impossível de ser triturado no liquidificador antropofágico da indústria cultural. Ela, a indústria, esmaga de um lado, e Lô Borges sai por outro, com sua história sólida de músico brasileiro encantando nas montanhas de Belo Horizonte, mas com os olhos dando a volta ao mundo em cinqüenta anos bem vividos. Aroldo sabe o que perguntar e como fazê-lo porque conhece a música brasileira, estuda, se dedica e, sobretudo, respira o universo poético. O jornal chega leve, variado, com muita informação, e rompe com o formato tradicional de publicações voltadas para a cultura, que mais parecem teses complicadas de academia, longas, mal apresentadas, arrogantes e feias aos olhos de quem quer ver beleza, leveza e poesia.
Puxa! Fiquei lisonjeada pela gentileza. Peguei o jornal para dar uma olhada e... fui olhando, sentei num cantinho da cama para ler o texto sobre Patrícia Bastos, a sabiá da planície, passei para a fotografia de Val Fernandes, de luz e chuva numa tarde cinzenta de Macapá, vi que o rodapé da primeira página anunciava entrevista com Lô Borges e fui ficando ali. Há tempos não fazia isso, ler um jornal inteirinho, de cabo a rabo, de uma vez só. Vanguarda está uma delícia, como a compota de goiaba que fui buscar para me fazer companhia enquanto terminava de lê-lo. Aroldo Pedrosa quase explode de brasilidade no texto Uma odisséia nos trópicos, que vem logo na segunda página. Pensei nele escrevendo aquilo, ansioso por dar conta desse Brasil cultural tão rico, diverso, amplo e impossível de ser triturado no liquidificador antropofágico da indústria cultural. Ela, a indústria, esmaga de um lado, e Lô Borges sai por outro, com sua história sólida de músico brasileiro encantando nas montanhas de Belo Horizonte, mas com os olhos dando a volta ao mundo em cinqüenta anos bem vividos. Aroldo sabe o que perguntar e como fazê-lo porque conhece a música brasileira, estuda, se dedica e, sobretudo, respira o universo poético. O jornal chega leve, variado, com muita informação, e rompe com o formato tradicional de publicações voltadas para a cultura, que mais parecem teses complicadas de academia, longas, mal apresentadas, arrogantes e feias aos olhos de quem quer ver beleza, leveza e poesia.
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Os políticos aparecem, mas com o cuidado de estarem inseridos no contexto da cultura, como a resenha de José Sarney sobre o livro Lugar da Chuva, de Lulih Rojanski, a citação de Capiberibe no texto Uma odisséia nos trópicos e a matéria sobre o projeto Arte Cidade, com fotografia de João Henrique Pimentel. Tudo na medida certa.
Os políticos aparecem, mas com o cuidado de estarem inseridos no contexto da cultura, como a resenha de José Sarney sobre o livro Lugar da Chuva, de Lulih Rojanski, a citação de Capiberibe no texto Uma odisséia nos trópicos e a matéria sobre o projeto Arte Cidade, com fotografia de João Henrique Pimentel. Tudo na medida certa.
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As carinhas de Ana Carolina, a menina publicitária que tem tudo de mulher, de Alexandre Alcolumbre, devorando cinema e criando arte nessa cidade, de Patrícia Sabiá Bastos, das meninas do teatro de rua do Arte Cidade, a bocarra de Marisa Monte e o desenho mimo rasgante de Rony dão a medida da diversidade de assuntos, caras e bocas do jornal.
As carinhas de Ana Carolina, a menina publicitária que tem tudo de mulher, de Alexandre Alcolumbre, devorando cinema e criando arte nessa cidade, de Patrícia Sabiá Bastos, das meninas do teatro de rua do Arte Cidade, a bocarra de Marisa Monte e o desenho mimo rasgante de Rony dão a medida da diversidade de assuntos, caras e bocas do jornal.
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Uma olhadinha no expediente e lá estão os nomes do clube de Vanguarda. As mãos delicadas da poetisa Lulih Rojanski estão nesse angu. O olhar aguçado e curioso de Aroldo Pedrosa paira de uma ponta a outra do jornal. A vivência ancestral de colaboradores como Dinaldo Melo, Archibaldo Antunes, Edgar Rodrigues e Ronaldo Rodrigues nos assuntos de cultura conforta a gente aqui do outro lado. Na reportagem, nomes inspirados na poesia, Torquato e Pérola, que ainda não conheço pessoalmente, mas se ela é Pérola e é Pedrosa, certamente foi ninada no berço da poesia, e ele, se é Torquato, nasceu sob o signo indelével das letras falantes da Tropicália. Aos demais, que não conheço pessoalmente ou como artífices de textos culturais, muitíssimo prazer. Que essa fraternidade cultural de nome Vanguarda tenha vida longa, com paz, harmonia e patrocínio, que ninguém vive de brisa.
Uma olhadinha no expediente e lá estão os nomes do clube de Vanguarda. As mãos delicadas da poetisa Lulih Rojanski estão nesse angu. O olhar aguçado e curioso de Aroldo Pedrosa paira de uma ponta a outra do jornal. A vivência ancestral de colaboradores como Dinaldo Melo, Archibaldo Antunes, Edgar Rodrigues e Ronaldo Rodrigues nos assuntos de cultura conforta a gente aqui do outro lado. Na reportagem, nomes inspirados na poesia, Torquato e Pérola, que ainda não conheço pessoalmente, mas se ela é Pérola e é Pedrosa, certamente foi ninada no berço da poesia, e ele, se é Torquato, nasceu sob o signo indelével das letras falantes da Tropicália. Aos demais, que não conheço pessoalmente ou como artífices de textos culturais, muitíssimo prazer. Que essa fraternidade cultural de nome Vanguarda tenha vida longa, com paz, harmonia e patrocínio, que ninguém vive de brisa.
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