terça-feira, 21 de setembro de 2010

SUCUPIRA NA PLANÍCIE DO MEIO DO MUNDO


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Impressão Digital
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Aos poucos vou me adaptando ao ritmo da minha querida Macapá nesses tempos do cólera... - ôpa, perdão, estou com o Gabriel Garcia Marquez e a antiga Mazagão na cabeça! Queria, na verdade, escrever: nesses tempos de Operação Mãos Limpas, que, apesar dessas falcatruas todas envolvendo as instituições de nosso Estado, de fazer inveja até mesmo aos Rorizes e Arrudas da vida, e colocar o Amapá que a gente tanto ama nas principais manchetes dos jornais, rádios e televisões do país – e na internet do mundo todo -, é de fazer um bem danado a todos nós, nascidos ou não aqui, que trabalhamos e cumprimos com as nossas obrigações e deveres.
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Mas, ontem – 20 de setembro de 2010 – com a volta dos protagonistas desse espetacular, porém triste e lamentável enredo, com o advento e exibição daquela carreata interminável de automóveis de luxo e bandeiras e panfletos e manifestações emocionadas à flor da pele de solidariedade e apoio, com alguns bons atores coadjuvantes na cena indo às lágrimas, e ainda com trilha sonora composta, tocada e interpretada por nosso artista maior Osmar Júnior – o criador de Igarapé das Mulheres -, eu fiquei ali à beira da Avenida FAB, próximo à Praça da Bandeira, assistindo a BANDA-LHEIRA da corrupção passar, paralisado como uma estátua viva e... completamente abestalhado – para usar um adjetivo sentimental bem amazônico.
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Pela manhã desta terça-feira, entretanto, ouvindo o ótimo e transparente programa de rádio Café com Notícias (94,5 Equatorial FM), das meninas Márcia Corrêa e Ana Girlene (ah! essas, sim, dois brotos da comunicação tucuju...) ouvi a participação de um ouvinte apoplético, narrando um episódio inusitado acontecido por volta das 18h30 de ontem na secular Igreja Matriz de São José. O ouvinte contou que estava na missa de aniversário de morte de um ente querido seu a qual teve duração de pouco menos de meia hora, porque a produção do programa da campanha O QUE TÁ BOM TEM QUE CONTINUAR chegou lá para gravar as cenas das orações de Pedro Paulo e Waldez Góes, para o programa político que deve ir ao ar amanhã. Aliás, a prévia da “oração do pau oco” (que terá unção também de pastor evangélico – desta vez ele não vai chutar a imagem da santa) foi veiculada ontem mesmo no horário político, que assisti. Demais para as nossas emoções indomáveis, não!?
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Trocando em miúdos (sem querer me ater ao contexto e relevância do passado histórico): os portugueses não trouxeram de Marrocos (África), em 1770, de caravela, a antiga Mazagão para o Amapá? Ora, porque então essa quadrilha de excelências, apanhada pela Operação Mãos Limpas da Polícia Federal, não pode ter a mirabolante imaginação de trazer da Papuda do Planalto Central, de boing, a velha Sucupira para a Planície do Meio do Mundo? Na boca da noite de ontem parece-me que a famosa novela global do saudoso Dias Gomes - transformada agora em cinema e (que coincidência!) com estreia nacional - voltou às telas no Vale a Pena Ver de Novo desse inacreditável Programa Amapaense da Política do Vale Tudo.
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O autor do artigo - como as andorinhas do cruzamento da Cândido Mendes com a Padre Júlio - veio de algum lugar, para se tornar o ombudsman do Navegando na Vanguarda.

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