segunda-feira, 20 de setembro de 2010

OPERAÇÃO MÃOS LIMPAS AQUI... COMO!?

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Impressão Digital
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O governador do Amapá - candidato à reeleição apoiado pelo Jornal do Dia - foi preso pela Polícia Federal sob acusação de desvio de dinheiro público, e, ao invés de celebrar a operação, o jornal pede que a gente sofra com ele. E na reportagem tenta colocar o ex-governador Capiberibe (PSB) no meio da turma em que também estão o ex-governador Waldez Góes – candidato pelo PDT ao Senado -, a ex-primeira dama Marília Góes – candidata a deputada estadual também pelo PDT – e os ex-secretários Adauton Bittencourt (Educação) e Aldo Alves Ferreira (Segurança Pública), entre outros presos. E logo o Capi que, por enfrentar os provocadores desses desmandos todos, sempre foi acusado (inclusive pelo próprio Jornal do Dia) de inimigo da chamada “harmonia” - a boníssima (oi! oi! oi!) relação entre os poderes do Amapá, arquitetada pelo ex-governador pedetista regada a muita grana. Na Operação Mãos Limpas estão envolvidos ainda o presidente do Tribunal de Contas Julio Miranda (que está preso) e o presidente da Assembleia Legislativa do Amapá, Jorge Amanajás, candidato ao governo pelo PSDB nestas eleições e ouvido pela PF pelo suposto envolvimento daquela casa de leis às mesmas maracutaias.
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Nas conversas telefônicas grampeadas - e agora, gradativamente, sendo divulgadas pela imprensa nacional - aparece o nome do desembargador Gilberto Pinheiro, citado numa conversa que vem sendo interpretada pela população como tráfico de influência ao suposto pagamento do aluguel de seis meses de uma tal de Ana Paula, pela Secretaria de Saúde, quando Pedro Paulo era ainda o secretário (a reportagem está postada em vários sites com a transcrição das conversas). Gilberto Pinheiro – só pra lembrar – é aquele desembargador que se recusou a cumprimentar o Capi na diplomação dos eleitos de 2002, em cerimônia realizada no Teatro das Bacabeiras. E a entrevista do desembargador empossado governador - Dôglas Evangelista Ramos (também nas conversas gravadas pela PF) - a revista VEJA, defendendo a quadrilha de excelências com ataques ao ex-governador Capiberibe, tem coisa mais explícita do tamanho dessa harmonia orquestrada no Amapá nos últimos oito anos? Na entrevista, “o desembargador aloprado” – segundo o site Notícias Daqui – diz que essa roubalheira toda vem acontecendo por aqui desde o Governo Capiberibe. O Capi pediu direito de resposta à VEJA, indagando: “Por que o desembargador não me denunciou na época?”. Conforme a revista, o governador em exercício vai ter que responder essa pergunta à própria Justiça, porque o Capi anunciou que vai processá-lo.
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No blog da Alcineia Cavalcante outra reportagem maquiada e tendenciosa. Analisando o horário político de um candidato que mostrou o Jorge Amanajás dizendo que sempre apoiou o governador Waldez Góes (uma verdade absoluta e incontestável), a jornalista escreve que o Capi também apoiou o Waldez quando este foi candidato a prefeito de Macapá, como se esse apoio fosse exatamente a mesma coisa. Para refrescar a memória outra vez: o Waldez não foi eleito prefeito, e logo depois traiu o Capi, tornando-se a partir daí o seu principal adversário. A Alcineia - que faz essas comparações às vésperas das eleições, tal qual o Jornal do Dia que apoia o José Sarney (inimigo nº 1 do Capi) - se acha a dona-da-cocada-preta dos blogs tucujus, porque nas eleições de 2006, por fazer campanha contra Sarney, acabou processada pelos advogados do senador maranhense. Dizem que o processo beira o milhão. Depois disso – estranhamente – passou a chamar a velha raposa da política brasileira de “fofo” – insinuando está proibida de escrever o nome dele no blog. Ora, “fofo” eu chamo carinhosamente para um amiguinho super-bacana do filho de um amigo-irmão da guerrilha cultural, por ele ser assim gordinho, conversador e bem-humorado como o Jô. “Fofo” para o amigo e aliado de toda essa canalha presa e que agora está (dizem) por trás da candidatura do petebista Lucas Barreto, ao governo do Estado, e que tem também o bonitinho do Randolfe Rodrigues (PSOL), candidato a uma das duas vagas ao Senado Federal. Candidaturas que têm ainda a ex-burguesinha do PSB, Alcilene Cavalcante (irmã de Alcineia), dando a maior força na campanha. A burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinha, burguesinhaaaaa... parece não ter suportado a convivência de gente muito simples por mais tempo e vazou de lá, do PSB, para se juntar à trupe cheia de gás e de grana do poderoso – e do porrudo! - Papai Noel dos eletrodomésticos do umbigo do mundo. Mas, voltando ao vocabulário doce da jornalista Alcineia: à tropa truculenta do Dalua – aquele paspalhão de O Troco - ela chama de “meninos”. Ai essa tropa de meninos da propina sem-vergonha da comunicação do rádio e da televisão! Pelo visto, esses pivetes agora vão ter que ir mesmo é para um bom reformatório, já que os seus papais governadores apanhados pela Operação Mãos Limpas, mesmo libertados da Papuda e de volta ao aconchego de seus lares, vão estar sem tempo para niná-los com o “Olha aí/ É o meu guri...” nesse finzinho turbulento de campanha. E quem vai me dizer que, passada as eleições, eles não voltam pra lá de novo?
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Escrever essas verdades é comprar briga certa com a dona-da-cocada-preta dos blogs tucujus. A legião de blogueiras que vai se levantar e se juntar na construção de um muro virtual de proteção à rainha – parece que já estou vendo – é grande. Mas eu não me importo porque agora eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge – que não é de jeito nenhum desse que está aí no horário político, mas daquele santo guerreiro, montado num cavalo imaculado, que enfrenta até dragão que cospe fogo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Good point, though sometimes it's hard to arrive to definite conclusions