quarta-feira, 19 de maio de 2010

DIABO DE MENINO AGORA QUER...


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Esse Gil é genial, meu Deus! “Banda Larga Cordel”, que dá nome ao último disco, é obra-prima! Quando Gil esteve aqui, lá no Cetal Ecotel, me falou com entusiasmo dessa canção... E não sou eu apenas - que sou suspeito - que percebe o quanto é grande “Banda Larga Cordel”. Naquele festival da canção da Amcap do ano passado, esteve por aqui concorrendo o compositor paraense Leandro Dias, e, numa prosa sobre as novidades na MPB, ali na frente do Teatro das Bacabeiras, nos remetemos a esta canção. “Totalmente demais!”, concordou comigo o compositor.
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Enquanto o Glauber Caetano - aqui do meu lado - põe o dedinho no teclado do computador (Diabo de menino internetinho...), taí pro argonauta do Navegando na Vanguarda pôr na boca e mastigar com sabor a letra tropicalista do Gilbertália...
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BANDA LARGA CORDEL
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Gilberto Gil
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Pôs na boca, provou, cuspiu
É amargo, não sabe o que perdeu
Tem um gosto de fel, raiz amarga
Quem não vem no cordel da banda larga
Vai viver sem saber que mundo é o seu
Mundo todo na ampla discussão
O neuro-cientista, o economista
Opinião de alguém que esta na pista
Opinião de alguém fora da lista
Opinião de alguém que diz que não
Uma banda da banda é umbanda
Outra banda da banda é cristã
Outra banda da banda é kabala
Outra banda da banda é alcorão
E então, e então, são quantas bandas?
Tantas quantas pedir meu coração
E o meu coração pediu assim, só
Bim-bom, bim-bom, bim-bom, bim-bom
Ou se alarga essa banda e a banda anda
Mais ligeiro pras bandas do sertão
Ou então não, não adianta nada
Banda vai, banda fica abandonada
Deixada para outra encarnação
Rio Grande do Sul, Germania
Africano-ameríndio Maranhão
Banda larga mais demografizada
Ou então não, não adianta nada
Os problemas não terão solução
Piraí, Piraí, Piraí
Piraí bandalargou-se um pouquinho
Piraí infoviabilizou
Os ares do município inteirinho
Com certeza a medida provocou
Um certo vento de redemoinho
Diabo de menino agora quer
Um i pod e um computador novinho
Certo é que o sertão quer virar mar
Certo é que o sertão quer navegar
No micro do menino internetinho
O Netinho, baiano bom cantor
Ja faz tempo tornou-se um provedor - provedor de acesso
À grande rede www
Esse menino ainda vira um sábio
Contratado do Google, sim sinho
Diabo de menino internetinho
Sozinho vai descobrindo o caminho
O rádio fez igual ao seu avô
Rodovia, hidrovia, ferrovia
E agora chegando a infovia
Pra alegria de todo o interior
Meu Brasil, meu Brasil bem brasileiro
O You Tube chegando aos seus grotões
Veredas do sertão, Guimarães Rosa,
Ilíadas, Lusíadas, Camões,Rei Salomão no Alto Solimões,
O pé da planta, a baba da babosa.
Pôs na boca, provou, cuspiu
É amargo, não sabe o que perdeu
É amarga a missão, raiz amarga
Quem vai soltar balão na banda larga
É alguém que ainda não nasceu
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É amarga a missão, raiz amarga
Quem vai soltar balão na banda larga
É alguém que ainda não nasceu...
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Vai estar no repertório da nova versão de Tropicália na Linha do Equador

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá, Aroldo Pedrosa!

Estou acompanhando seu blog diariamente, e estou muito feliz com os acontecimentos. A Produção Cultural no Brasil achou você para representar o Amapá, que você tanto ama, defende e leva aos quatro cantos do mundo noticias culturais dessa terra, que está localizada nesse ponto equidsitante entre o trópico de Capricórnio e o trópico de Câncer.
Sou sua fã, e digo mais: O mundo precisa navegar na literatura, para compreender a importância da evolução cultural que se revela através da música, das artes cênicas ou das artes plásticas. Tudo isso é civilização, que leva ao progresso e você é ligado. O Amapá merece você. Viva VOCÊ!

Célia Serique – Santarém-PA