quarta-feira, 13 de abril de 2011

ESTAMOS DE VOLTA...

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...E depois de uma longa ressaca. Agora vamos estar por aqui também - como na letra do Paulo César Pinheiro - perturbando a paz e exigindo o troco. Temos, inclusive, um assunto muito pertinente para tratar nesta página: é o policiamento da Arte. Polícia para quem precisa de polícia, nunca à Arte e à liberdade de criação. Se não vira CENSURA. E o espírito da SOLANGE HERNANDES - cruel e implacável censora dos porões da ditadura dos anos 1970 - parece que andou baixando no meio do mundo. Vamos tratar desse assunto aqui em breve e exorcizar esse espírito indesejável. Por enquanto, porém...

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DE VOLTA AO SAMBA

Chico Buarque

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Pensou que eu não vinha mais, pensou
Cansou de esperar por mim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Aqui é o meu lugar
Eu vim

Fechou o tempo, o salão fechou
Mas eu entro mesmo assim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Aqui é o meu lugar
Eu vim

Eu sei que fui um impostor
Hipócrita querendo renegar seu amor
Porém me deixe ao menos ser
Pela última vez o seu compositor

Quem vibrou nas minhas mãos
Não vai me largar assim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Preciso lhe falar
Eu vim

Com a flor
Dos acordes que você
Brotando cantou pra mim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Aqui é o meu lugar
Eu vim

Eu era sem tirar nem pôr
Um pobre de espírito ao desdenhar seu valor
Porém meu samba, o trunfo é seu
Pois quando de uma vez por todas
Eu me for
E o silêncio me abraçar
Você sambará sem mim
Acenda o refletor
Apure o tamborim
Aqui é o meu lugar
Eu vim

Um comentário:

Anônimo disse...

Que bom que você voltou. Já estava morrendo de saudades. E esse espírito da Solange Hernandes não baixou, por acaso, lá pelo Conselho de Pauta do Teatro das Bacabeiras? Um passarinho me contou. Quem trabalha aparece, é verdade, mas também incomoda. E como incomoda. Parabéns, Aroldo, por você fazer do Teatro das Bacabeiras uma verdadeira casa de espetáculos - e de todos!

Esperança Sussuarana