quarta-feira, 30 de setembro de 2009

E DEUS CRIOU A MULHER...


Aroldo Pedrosa
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Que a doce senadora da floresta Marina Silva deixou o Partido dos Trabalhadores (PT) e se filiou ao Partido Verde (PV), isso não é mais nenhuma novidade; que Marina Silva é candidatíssima à Presidência da República nas eleições de 2010, também não há nada de novo nesta fabulosa e incontestável notícia; que Marina Silva já esteve no Amapá e o tropicalista aqui a conheceu pessoalmente, isso ninguém vai me desmentir porque tinha jornalista por perto como testemunha. Enfim, logo depois das eleições majoritárias de 2002, que elegeram Lula presidente do Brasil e Marina Silva senadora pelo Acre, é que tive a felicidade de conversar com ela na varanda do Macapá Hotel, numa manhã ensolarada inesquecível ao sabor da brisa do Amazonas. Lembro que não consegui segurar a emoção ao chegar bem pertinho dela e, sem contar história, me declarei ser seu fã, ganhando da doce senadora da floresta um sorriso luminoso – foi o máximo! – seguido de abraço carinhoso. Foi logo em seguida ao resultado do 1º turno das eleições de 2002, quando Marina veio participar de reuniões de campanha de apoio à candidata do PT Dalva Figueiredo que concorria ao governo do estado e havia passado para o segundo turno. Eu era assessor de comunicação, sobrevivente aos trancos e barrancos do governo tampão do PT, porque vinha da assessoria do governo Capiberibe. Explico melhor: é que o PT tinha nomeado o peçonhento Gilberto Ubaiara para a Central de Notícias da Secretaria de Estado da Comunicação (Secom), e ele, sabendo da minha boa relação com o ex-governador, passou a me perseguir implacavelmente durante todo o mandato, com o intuito de me tirar dali a qualquer custo – era meta dele a minha imediata exoneração, coisa que, apesar de todo o maquiavelismo, não conseguiu, graças ao religioso e politicamente correto secretário de comunicação Oscar Filho. E o fato de ter tido esse privilégio de conhecer e conversar com Marina Silva, sem dúvida, foi pela minha identidade com a vanguarda sustentável, ou seja, com a nova ordem mundial adotada por Capiberibe e que concluíra naquele ano a implantação do novo paradigma em seu programa de governo. A “Solange – Ubaiara – Hernandes” (lembra da tesoura afiada da peste?) do governo Dalva, só me passou a pauta porque já tramara a não publicação da entrevista que eu viria a fazer com Marina, e que na ocasião, praticamente, só falou de sustentabilidade – e a palavra “sustentabilidade” era rigorosamente proibida na sala de redação da Central de Notícias, “isso remete ao governo Capiberibe”, argumentava o filhote da ditadura travestido de jornalista, Gilberto Ubaiara, que, com a derrota de Dalva, tratou logo de agarrar-se, feito sanguessuga, ao cargo que ocupava (e não saiu mais), alardeando pelos corredores do Setentrião ser Waldez Góes desde criancinha. Um discípulo traíra da estrela amapaense petista isso que ele é! Traíra e camaleão.
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Recordo-me ainda que uma das perguntas feitas à senadora Marina, repeti ao tropicalista e doce bárbaro baiano Gilberto Gil, quando este aqui esteve em sua última viagem como ministro da Cultura. Está na edição 12 de Vanguarda, cuja primeira pergunta questiona o nosso isolamento amazônico secular.
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Trocando em miúdos, a imaculada Marina Silva, em meio a esse turbilhão de denúncias de atos secretos e quebra de decoro – sobretudo no Senado Federal –, surge impávida alimentando a nossa esperança (e esta será sempre a última que morre) de que, verdadeiramente, nem tudo está perdido. De forma merecida ela está aí nas principais revistas e jornais do país dizendo coisas, e esperamos que o leitor compreenda a linguagem simples e humana dessa mulher guerreira amazônica e tão cheia de ternura. “Ela tem a mesma cara trágica de Frida Khalo, o mesmo ar de mistério, mas seu olhar é doce e as pessoas se sentem acarinhadas por ele em sua presença”, escreveu Ziraldo, autor de Flicts – o livro mais lindo do mundo.
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Nas páginas amarelas da edição 2128 de Veja (2 de setembro de 2009), Marina Silva é bombardeada inteligentemente pela jornalista Sandra Brasil. E a doce Marina morena, com sabedoria e serenidade, responde a tudo...
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Veja: Os Estados Unidos elegeram o primeiro presidente negro de sua história, Barack Obama. Ele é fonte de inspiração?
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Marina Silva: Eu também sou negra, mas seria muito pretensioso da minha parte me colocar como similar ao Obama. Ele é uma inspiração para todas as pessoas que ousam sonhar. A questão racial teve um peso importante na eleição americana. Mas os Estados Unidos têm uma realidade diferente da do Brasil. Eu nunca fui vítima de preconceito racial aqui.
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Veja: A senhora poderia se apresentar como uma candidata negra na campanha presidencial?
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Marina Silva: Não. É legítimo que as pessoas decidam votar em alguém por se identificar com alguma de suas características, como o fato de ser mulher, negra e de origem humilde. Mas seria oportunismo explorar isso numa campanha. O Brasil tem uma vasta diversidade étnica e deve conviver com as suas diferentes realidades. Caetano Veloso (compositor/cantor baiano) já disse que “Narciso acha feio o que não é espelho”. Nós temos de aprender a nos relacionar com as diferenças, e não estimular a divisão. A história engraçada é que, durante as prévias do Partido Democrata americano, quando a Hilllary Clinton disputava a vaga com Obama, um amigo meu brincou comigo dizendo que os Estados Unidos tinham de escolher entre uma mulher e um negro, e, se eu fosse candidata no Brasil, não teríamos esse problema, porque sou mulher e negra.
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Ilustração: Dálcio

EDITORIAL DE VANGUARDA


Tem gente que viaja na maionese. Paciência... Fazer o quê?
Nós, não. Como autênticos tropicalistas do planeta Amazônia, nós navegamos na vanguarda. E a nossa nave imaginária feita de miriti é movida pelo canto dos passarinhos – a música mágica e bela que emana da floresta. A bordo desta nave levemente louca, o leitor vai navegar movido também pela poesia – porque somos poetas – e de mãos dadas com a verdade absoluta – porque, como jornalistas, não somos pessoas de palavras fingidas ou falsas histórias. Aqui – inspirados no poeta de Sierra Maestra, Che Guevara – havemos de endurecer sempre, se preciso for, mas sem perder a ternura jamais.
Portanto, seja bem-vindo, leitor, à nave
da sonoridade verdejante da palavra!

ANUNCIANTE DE VANGUARDA

IMAGENS DA I CLCC EM CHÃ GRANDE (PE)

A área livre do Highland Hotel onde ficaram hospedados os participantes

Dinair Xavier, de Aparecida de Goiânia (GO), Navegando na Vanguarda...

Rosildo do Rosário - Santo Amaro da Purificação (BA) - do Pontão "Casa do Samba"

O soteropolitano Chico Assis (BA), lendo a edição de Vanguarda com Gilberto Gil na capa

Amapá presente na I CLCC e no cenário das montanhas de Pernambuco

sábado, 26 de setembro de 2009

MINC LANÇA EDITAL DE PUBLICAÇÃO

O Programa Mais Cultura, do Ministério da Cultura-MinC, selecionará quatro publicações para aquisição de sete mil assinaturas por periódico, com investimento de R$ 2,1 milhões. As publicações serão distribuídas para bibliotecas públicas, Pontos de Leitura, Pontos de Cultura e outros equipamentos e espaços culturais.
O Edital de Seleção Periódicos de Conteúdo Mais Cultura foi lançado nesta quinta-feira, 24 de setembro, durante a abertura da I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura que acontece em Chã Grande, município pernambucano localizado a 84 quilômetros de Recife, no Highlander Hotel.
O objetivo da ação é popularizar materiais de leitura por meio de distribuição periódica de publicações de qualidade, estimulando o hábito da leitura e despertando o pensamento crítico, uma vez que possibilita o acesso de populações urbanas e rurais de baixa renda a publicações com conteúdos diversificados e de qualidade. “Nós queremos incentivar o gosto de ler através de diferentes linguagens e formatos, que atendam os mais diversos públicos”, destaca Silvana Meireles, secretária de Articulação Institucional do MinC e coordenadora executiva do Programa Mais Cultura.


Inscrições
Podem participar da seleção pública pessoas jurídicas, com ou sem fins lucrativos, que tenham por ofício a publicação de impressos de periodicidade mensal, bimestral ou trimestral distribuídos em território brasileiro, com ênfase mínima de 35% do conteúdo direcionado para cultura e artes. Cada pessoa jurídica poderá inscrever apenas uma publicação. Os periódicos selecionados deverão disponibilizar, com acesso livre, todo o conteúdo da edição impressa em plataforma na Internet simultaneamente à circulação do meio impresso em bancas e/ou para seus assinantes.
O edital e a ficha de inscrição serão disponibilizados, assim que ocorrer a publicação no Diário Oficial da União, no site do Ministério da Cultura, no link Editais e Premiações, e na página eletrônica do Programa Mais Cultura. As inscrições deverão ser enviadas pelos Correios para a Diretoria de Livro, Leitura e Literatura da Secretaria de Articulação Institucional do MinC, no seguinte endereço: Setor Bancário Sul, Quadra 02, Lote 11, 1º andar, Edifício Elcy Meireles, CEP 70070-120, Brasília (DF).

ABERTURA DA I CLCC

O secretário de Cidadania Cultural do MinC, Célio Turino

A 84 km de Recife, em Chã Grande, no interior do Pernambuco, representantes de Pontos e Pontões de Cultura e Pontos de Mídia Livre estão reunidos para a I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura, de 24 a 27 de setembro.

Na solenidade de abertura, o secretário de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura, Célio Turino, enfatizou a importância da formação de uma rede articulada de comunicação para a cultura, um dos objetivos do evento. “A cultura se reproduz pela comunicação. Os espaços de mídia livre precisam ser ocupados. A rede possibilita o diálogo polifônico, a partir de suas próprias vozes”, destacou. Outra meta do encontro é a mobilização social da rede para a I Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), em dezembro de 2009, e para a II Conferência Nacional de Cultura (CNC), em março de 2010.
Além de representantes do MinC, participaram da mesa de abertura a professora da Universidade Federal de Pernambuco, Bartiria Ferraz, e Mãe Lúcia, da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura. Os participantes comemoraram a aprovação da PEC 150 e do Plano Nacional de Cultura nessa quarta-feira (dia 23), anunciado pela secretária de Articulação Institucional do MinC, Silvana Meireles.
O lançamento de um novo edital do Programa Mais Cultura para seleção de Periódicos de Conteúdo, divulgado em primeira mão na Conferência, pela secretária Silvana Meireles, foi outro motivo de comemoração. Para essa iniciativa, estão previstos R$ 2 milhões para quatro publicações durante 12 meses.

Universalização da banda larga e rádios comunitárias
No primeiro seminário dessa quinta-feira (dia 24), Ivana Bentes, representante do Pontão ECO-UFRJ e do Fórum de Mídias Livres, destacou algumas propostas debatidas no I Fórum de Mídia Livre (julho/2008), como sugestão para a I Conferência Livre de Comunicação e Cultura: universalização da banda larga pública e gratuita, como condição da produção cultural e comunicação; e o pleno funcionamento da radiodifusão comunitária. Outro desafio, segundo Ivana, é a definição de um marco regulatório específico da atividade cultural, garantindo seguridade e previdência para o trabalhador da cultura. Octavio Pieranti, da Secretaria de Audiovisual do Minc e representante do MinC na Comissão Organizadora da Confecom, abordou a complementariedade da comunicação e cultura. “A comunicação faz parte da cultura e a cultura é o campo por excelência da comunicação. É preciso discutir uma infraestrutura de comunicação que possibilite maior distribuição de conteúdo”, ressaltou. Joãozinho Ribeiro, da Secretaria de Articulação Institucional do MinC e um dos organizadores da II CNC, lembrou que a primeira conferência pública no Brasil foi realizada no ano de 1941. De lá para cá, foram mais de 100 conferências, sendo que 60 delas aconteceram entre os anos de 2003 e 2008. Ribeiro destacou o papel da sociedade civil no controle social das deliberações dessas conferências, a fim de que se tornem efetivamente políticas públicas. Para Ribeiro, a II CNC deve definir estratégias para implementar as diretrizes aprovadas na conferência anterior, com vistas à diversidade, à cidadania e ao desenvolvimento. “Quando falamos de direito à comunicação e à democratização dos meios, estamos tratando também de direito cultural, com foco no acesso à produção e no direito de produzir conteúdo.” O representante do Coletivo Intervozes e membro da Comissão de Organização para a I Confecom, Jonas Valente, chamou a atenção para os interesses comuns que permeiam a Confecom e a CNC: políticas para a diversidade da mídia; fomento à produção regional, popular e livre; acesso à fruição de bens e serviços culturais; controle social das políticas públicas e propriedade intelectual. “Precisamos construir de fato uma articulação para garantir que as resoluções sejam efetivadas, para além das conferências”, concluiu.

Empresários mostraram total indisposição ao diálogo
Segundo Valente, os empresários de comunicação impuseram diversas condições para a participação do setor na Conferência. “Eles mostraram total indisposição ao diálogo, um alto grau de autoritarismo”, relatou. Seis das oito empresas de radiodifusão se retiraram da Comissão Organizadora. O acordo estabelecido para a aprovação do regimento interno da Confecom prevê cotas de participação dos setores envolvidos: 40% para as empresas de comunicação, 40% para a sociedade civil e 20% para o Governo Federal. Apesar de considerar o acordo prejudicial, Valente reconhece que a aprovação do regimento interno abriu o caminho para a realização das etapas estaduais da Conferência, cujo prazo é até o dia 8 de novembro. Das 27 unidades da Federação, sete ainda não convocaram as conferências estaduais: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Rondônia, Santa Catarina e Tocantins.


Evento continua até domingo
Os participantes da I Conferência Livre de Comunicação para Cultura trabalham em grupos durante as tardes, divididos em quatro grandes temas: Audiovisual, Cultura Digital, Comunicação e Rede de Comunicação para a Cultura. Ao todo, são dez grupos de trabalho, que farão a exposição das propostas em plenário. As manhãs são dedicadas a palestras. Encontros setoriais também fazem parte da programação. O evento encerra-se no domingo (dia 27), com a aprovação da carta final. Internautas podem acompanhar os debates pela manhã, ao vivo, pelo seguinte endereço: webconf.rnp.br/minc2. A cobertura compartilhada do evento está no site http://www.homepontos.outraspalavras.net/.

Saiba mais: Conferência Livre de Comunicação para a Cultura.

Textos: Renina Valejo, Comunicação Social/MinC, e Gisella Hiche, Revista Viração. Fotos: Renina Valejo e Davy Alexandrisky.

UMA BOA VIAGEM APESAR DO SUSTO


Foi ontem, quinta-feira (25), às 16h, a nossa saída de Macapá para a I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura, que está sendo realizada em Pernambuco, mais precisamente em Chã Grande, a 84 quilômetros de Recife, no Highlander - hotel-fazenda lindíssimo construído sobre deslumbrante montanha da paisagem pernambucana. E logo na saída... um grande susto: o avião da TAM, ainda na pista, apresentou problemas na decolagem ao perder força no motor, tendo que voltar imediatamente à área de estacionamento. Foi tempo de mais de uma hora para resolver o problema. Sanado o impasse técnico, levantamos vôo, tendo ao meu lado a agradável companhia da vereadora Cristina Almeida (PSB).-A viagem de Macapá a Belém passou num piscar de olhos, regada a bom papo político-cultural com a vereadora socialista, que foi em quem - isso nunca foi segredo - votei nas últimas eleições. Conversamos muito, relembrando, sobretudo, as eleições em que ela foi a principal adversária do senador eleito José Sarney, e, por muito pouco - 5% apenas a diferença - não despachou do Amapá o velho político maranhense que agora, mais do que nunca, envergonha a todos do Brasil. Disse para ela durante a viagem: "A senhora foi uma vencedora naquela disputa desigual, porque estava concorrendo com uma velha raposa da política brasileira que até presidente da República já foi . E, além do mais, obrigando a velha raposa a fazer campanha no Amapá, coisa que não havia feito para os mandatos anteriores". Cristina me disse que pouca gente, infelizmente, faz essa leitura e me agradeceu pelas palavras. Conversei também com ela sobre a I Conferência Livre de Comunicação pela Cultura - de onde agora escrevo - e dos meus projetos culturais que vão ser realizados em Macapá nos dias 15 e 16 de outubro - Tropicália na Linha do Equador e Navegando na Vanguarda Com Glauber Caetano - este último um musical infantil. E da revista Vanguarda também - sempre uma luta de guerrilheiro-gladiador - para pôr em circulação em nosso estado. Ficamos de nos reeencontrar para retomar nosso papo político-cultural iniciado literalmente sobre as nuvens. A conversa foi tão boa que esqueci até do problema com o avião, chegando na capital pernambucana em paz e com os meus ideais em alta pela comunicação cultural.

PROGRAMAÇÃO DA CONFERÊNCIA


A PROGRAMAÇÃO

24.9.09 (quinta-feira)

9h – Cerimônia de abertura da I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura

Apresentação – Célio Turino (Secretário SCC/MinC)

Convidados – Amaro Pessoa Lins (Reitor da UFPE); Juana Nunes (Gerência de Mobilização e Articulação de Redes Sociais/SCC); Tarciana Portela (Chefe da RRNE/MinC); Solange Coutinho (Pró-Reitora de Extensão UFPE); Representante do Ministério das Comunicações; Representante da Secretaria de Comunicação da Presidência da República; Representante da Comissão Nacional dos Pontos de Cultura; Deputada Federal Luiza Erundina; Representantes das secretarias do MinC (SAV, SAI, SPC, SEFIC, SID) e entidades vinculadas;

10h15 – Conferência de abertura Cultura e Comunicação: diretrizes e interfaces para a I Conferência Nacional de comunicação e 2ª Conferência Nacional de Cultura

Intervenções – Jonas Chagas Lúcio Valente (Coletivo Intervozes – representante titular na Comissão Organizadora Nacional da I Confecom), Octavio Penna Pieranti (SAV/MinC – representante itutlar na comissão Organizadora Nacional da I Confecom), Ivana Bentes (Pontão ECO-UFRJ/Fórum Mídias Livres); Joãozinho Ribeiro (SAI/MinC – II CNC);

14h – Início dos Grupos de Trabalho (GTs)

20h – Programação Cultural

Exibição de episódios dos programas para a TV “Pontos Brasil – e – Cultura Ponto a Ponto”.

Lançamento dos livros “culturadigital.br” (org. Rodrigo Savazoni e Sergio Cohn) e “Produção de cultura no Brasil: do Tropicalismo aos Pontos de Cultura” (Aline Carvalho);
25.09 (sexta-feira)

9h – Conferência Políticas Públicas: comunicação para a cultura, midialivrismo e comunicação pública

Convidados – Adilson José Ruiz (Diretor de Programas e Projetos Audiovisuais SAV/MinC), Antônio Martins (jornalista e articulador da rede “pontos.br’), Uirá Porã (Representante da Comissão Nacional de Pontos de Cultura);

11h – Apresentação do mapeamento dos Pontos de Mídia Livre

Resultados do I Edital Pêmio Pontos de Mídia Livre (SCC/SAI-MinC)

11h30 – Apresentação do Fórum de Cultura Digital Brasileira: redes sociais na internet

José Murilo (SPC/MinC) e Rodrigo Savazoni (Fórum da Cultura Digital Brasileira);

14h – Continuação dos Grupos de Trabalho (finalizaação)

26.9.09 (sábado)

9h30 – Conferência Desafios da Comunicação no século XXI

Convidados – Juliano Mauricio de Carbalho (FAAC-Unesp), James Görgen (Coordenação Geral de Políticas Audiovisuais – SAV/MinC), João Brant (Coletivo Intervozes)

14h – Início dos trabalhos de sistematização para plenária

15h – Encontros setoriais (atividades autogestionadas)

Pontões de Cultura
Pontos de Mídia Livre
Ação Cultural Digital SCC/MinC

20h30 – Programação cultural de encerramento

Lançamento do Edital complementar de Pontos de Cultura de Pernambuco (Fundarpe)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

COMUNICAÇÃO CULTURAL

Período: 24 a 27 de setembro de 2009
Local: Chã Grande (PE) – 84 quilômetros de Recife
Realização: Ministério da Cultura-MinC e Universidade Federal de Pernambuco-UFPE


Na abertura da Conferência, as instituições realizadoras distribuíram folder a todos os participantes representantes de Pontos e Pontões de Cultura do país com o seguinte conteúdo:

A proposta

A I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura antecede a realização da I Conferência Nacional de comunicação (I Confecom) e da II Conferência Nacional de Cultura (II CNC) – programadas, respectivamente, para dezembro de 2009 e março de 20210.

Nestas instâncias, propomos a discussão da comunicação como direito, liberdade de expressão, inclusão cultural e digital, diversidade e identidades culturais, sustentabilidade das cadeias produtivas e economia criativa, convergência tecnológica e legislação, regionalização da produção, dentre outros tópicos relevantes. Ou seja, neste momento, as duas conferências são bastante complementares.

Dentre os objetivos gerais da I Conferência Livre de Comunicação para a Cultura está a mobilização para a participação de Pontos e Pontões de Cultura (conveniados com o MinC), além dos projetos premiados no edital Pontos de Mídia Livre, cujos focos de atuação principal sejam nas áreas afins Audiovisual, Comunicação e Cultura Digital, para que se façam atuantes nas conferências estaduais e demais atividades relacionadas às I Confecom e II CNC.

Este encontro nacional também se propõe a “aproximar as pontas” das diversas redes de comunicação para a cultura hoje em atuação no Brasil, capazes de agregar discussão de temas relevantes sobre políticas públicas para a cultura, democracia e desenvolvimento sustentável com a produção de conteúdo de Pontos e Pontões de Cultura.

Reconhecido como Conferência Livre pela I Confecom e II CNC, acreditamos que os direitos culturais e comunicacionais do povo brasileiro podem e devem ser ampliados a partir da reflexão e ação conjuntas entre sociedade e governo.

A organização

Conferências
Durante as manhãs, o espaço será dedicado à apresentação geral dos temas em discussão durante a conferência livre, com a participação de convidados de entidades civis e governamentais.

Grupos de Trabalho e de Sistematização
Durante as tardes dos dias 24 e 25, os participantes integram-se aos GTs das áreas afins. Na tarde do dia 26, representantes escolhidos durante o GTs, acompanham o Grupo de Sistematização que dará conta das articulações e propostas já levantadas nos grupos específicos para a redação dos documentos finais.

Encontros setoriais
Tendo em vista o amplo espectro de atuação do público presente, à tarde do dia 26 – em paralelo ao GTs de Sistematização – terá espaço para atividades autogestionadas pelos participantes, voltadas à troca de experiências e articulações em rede.

Plenária
No dia 27, todos os presentes afinam perspectivas e ratificam para a Cultura voltadas às conferências nacionais de Comunicação e Cultura.

Atividades Culturais
Exibição de conteúdo audiovisual relacionado aos Pontos de Cultura, lançamento de livros, discotecagens e uma cerimônia de congraçamento – em parceria com a Fundarpe – criam espaço de integração e lazer para os participantes durante duas noites do evento.

Espaço Mídias Livres
Durante todo o encontro, os participantes terão contato com propostas de Mídia Livre e comunicação desenvolvidas por organizações sociais, em uma proposta de difusão de plataformas colaborativas.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

RECOMENDAMOS

MARINA CRITICA LULA E SARNEY

"Lula manteve política de FHC e recuperar credibilidade com Sarney é impossível"
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A senadora Marina Silva, pré-candidata do Partido Verde (PV) à sucessão presidencial, garantiu que não passa de retórica do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a afirmação de que "a economia do país mudou". Em entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, a senadora disse que Lula manteve a política econômica do governo Fernando Henrique Cardoso. Ela destacou ainda que é impossível recuperar a credibilidade do Senado sob a presidência do senador José Sarney.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

NAVEGANDO NA VANGUARDA NO JORNAL

NAVEGANDO NA VANGUARDA agora também no jornal semanário O ESTADO. Nas bancas, por apenas R$ 1,00.

EQUINÓCIO DE PRIMAVERA


Fernanda Picanço
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Um dos fenômenos naturais de grande importância para o Estado, Equinócio, é um dos eventos que já entrou no calendário turístico de Macapá. O fenômeno acontece duas vezes ao ano, e pode ser visualizado do Monumento Marco Zero do Equador. A cada edição a Secretaria de Estado do Turismo (Setur), tem procurado fomentar o fenômeno como atrativo turístico local nacional e internacional.
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Para entender como acontece o fenômeno, é preciso conhecer um pouco da história. Antigamente a natureza era cultuada por civilizações antigas que aqui habitaram. Esses povos cultuavam a Lua, o Sol, como se fossem deuses, e os fenômenos naturais exerciam uma grande influencia no seu modo de vida.
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O significado da palavra Equinócio deriva do latim aequinoctium, que significa noite igual e refere-se ao momento do ano em que a duração do dia é igual a da noite sobre toda a terra.
São os movimentos que a Terra realiza em seu percurso ao redor do sol (rotação e translação) que tem, entre outras conseqüências, as estações do ano, os Equinócios e Solstícios.
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Durante o fenômeno os macapaenses e visitantes tem o privilégio de assistirem ao Equinócio que acontece quando os raios do sol, no seu movimento, incidem diretamente sobre a linha do Equador. Nesse período, o dia e a noite tem a mesma duração em todo o planeta. A ocorrência desse fenômeno marca a mudança de estação nos hemisférios da Terra. Em setembro no hemisfério sul é primavera enquanto no norte é Outono.
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No calendário civil do hemisfério sul para o ano de 2009, as datas para o inicio das estações do ano são: 20 de março – Equinócio de Outono; 20 de junho – Solstício de inverno; 22 de setembro – Equinócio de Primavera; 21 de dezembro – Solstício de Verão.
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Para o Equinócio de Primavera, a Setur preparou uma programação que tem inicio no dia 21 de setembro com casamento comunitário. No dia 22 de setembro, a programação inicia às 16h com a Abertura da visitação ao Monumento, oficinas, feiras, experiências cientificas, atrações culturais e observação do fenômeno que poderá ser visualizada a partir das 14h, sendo que o horário oficial do Equinócio é 18h18. No dia 23 a programação continua a partir das 8h se estendendo até as 23h.
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Serviço:
Secretaria de Estado do Turismo
Assessoria de Imprensa: (96)9134-0130/8135-4065

SOU ANA


Aroldo Pedrosa
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Muito bom o show de lançamento do CD de Ana Martel no Teatro das Bacabeiras, quinta-feira (18) – a noite realmente foi de Ana –, com convidados como o acreano Sérgio Souto (compositor de Albatroz – canção lindíssima que, sinceramente, não sei por que não tem esse título), Joãozinho Gomes e Enrico di Miceli, Patrícia Bastos e Zé Miguel. Ainda não tinha ouvido o CD, que tem ótimo design com título em manuscrito – Sou Ana –, o cenário do show acompanhando também o visual do disco foi criativo.
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Ouço o CD agora, à medida que digito essas palavras, nas primeiras horas desta sexta-feira clara – o relógio do computador acusa 6h30 da manhã. E é bom demais ouvir Ana ao amanhecer, porque ela tem claridade e suavidade na voz. Quando a manhã madrugava/ Calma, alta, clara... Ouvindo Ana, os versos da canção tropicalista Clara, de Caetano, naturalmente vêm. E os de Joyce – Clareana – também.
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No palco, a "sussuarana" tem estilo porque é mulher bonita e carismática que se move com elegância a cada sílaba cantada, a cada verso que flui de sua voz... Adjetivos, enfim, não faltam para definir o talento dessa ave canora da floresta que canta com encanto a nossa aldeia – e, no entanto, é preciso cantar – e tem luz própria e brilho cintilante de estrela. E Ana, como se não bastasse, é também compositora. Como disse o Joãozinho Gomes: “E das boas, que vem juntar-se ao nosso time”.
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Ana faz muito bem em pôr no repertório canções de compositores consagrados como Gilberto Gil e Caetano Veloso, e que ela interpreta com muita personalidade, relembrando o começo de tudo, quando cantava pelos bares da vida. Não existe música popular amapaense ou paraense ou paulistana ou matogrossense ou pernambucana ou sei lá mais o quê – é um grande equívoco essa coisa de “artista da terra”, pra não dizer “minhoca”, que é extremamente pejorativo – porque um bando de babacas, inclusive daqui mesmo, tratou de rotular assim a música regional. Já discuti com muitos deles, que não é por aí... O Amapá não é um país, somos, sim, parte do Brasil da Bossa Nova, da Jovem Guarda, da Tropicália, da Vanguarda Paulista, do Mangue Beat e... Evoé, jovens à vista! É “Música Popular Brasileira (MPB)”, portanto com os mais distintos sotaques e cores e tons, e muito mais abrangente, porque somos um povo miscigenado e falamos a mesma flor-do-lácio de Luiz Vaz de Camões – Minha pátria é minha língua/ Fala Mangueira... Como Ana e como foi no show de quinta-feira, interpretando a canção do Gil – "Amor até o fim", linda!, gravada pela eterna Elis –, assim como Podres Poderes, de Caetano. Aliás, nada mais pertinente para descrever o “Brasil da pilantragem do século 21”, o qual estamos todos mergulhados e nos envergonha tanto. Lá na poltrona do Teatro, ao lado de minha mulher Rosa Rente e o meu filhinho bonito Glauber Caetano, que adormecera na leveza da arte de Ana – feito o poema do Drummond: Eu preparo uma canção que faça acordar os homens e adormecer as crianças –, cantei com ela (e adorei): Enquanto os homens exercem seus podres poderes/ Morrer e matar de fome de raiva e de sede/ São tantas vezes gestos naturais... E com toda a indignação do mundo. Obrigado, Ana, pela terapia! Olha o mano Caetano aí de novo: Eu sou mais eu/Porque sou (também) você...
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Como numa outra canção do Gil, daquele mesmo disco capa branca da extraordinária e inesquecível Elis: O compositor me disse/ Que eu cantasse distraidamente esta canção/ E que eu parasse assim, aqui...
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A propósito, vou parar mesmo por aqui, assim. Mas, Ana, quer saber?... O compositor não precisa lhe dizer mais nada, não!

AMAPÁ NA SELEÇÃO DE VÍDEOS DO MINC


"Simãosinho Sonhador", da Castanha Filmes, vencedor do IV DOCTV AMAPÁ/2009
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Documentaristas e produtores brasileiros que participam da seleção de curta, média e longa metragem dos gêneros ficção e documentários do Ministério da Cultura, tiveram seus vídeos avaliados no fim de semana (o resultado postaremos em breve) por profissionais de todo o Brasil que estiveram reunidos em Brasília. Pela primeira vez o Amapá esteve representado. O documentarista Thomé Azevedo foi indicado pela Associação Brasileira de Documentaristas e Curtametragistas – ABD e C/AP e seu currículo profissional foi selecionado e tem a responsabilidade de representar o Norte do Brasil.
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A Secretaria do Áudio Visual (SAV) do Ministério da Cultura instituiu o edital e 1.800 projetos foram inscritos e avaliados pelos profissionais escolhidos em cada região. A SAV enviou ao documentarista Thomé Azevedo 274 projetos que foram analisados durante dois meses. “Foram dois meses de muito trabalho e conhecimento, pude ver o que está sendo produzido em outras partes do Brasil, e afirmo que é uma seleção muito difícil, o audiovisual brasileiro é muito rico e o Amapá está ganhando destaque, estamos com muitas produções locais, profissionais e amadoras, muita gente fazendo vídeo, contando nossa história”, diz o documentarista.
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Thomé Azevedo acredita que a consolidação do Amapá no mercado de produção de audiovisual deve-se à abertura do mercado para este setor e à profissionalização e organização da classe. O documentarista fala que a criação da ABD e C no Amapá fez com que os produtores se estimulassem e o ritmo de produções se acelerou. “Vários festivais são organizados no Amapá, em Santana há cinco anos é feito o Curta Santana, o FIM é organizado em Macapá, as faculdades fazem seus festivais internos, a Confraria Tucuju vai realizar seu segundo festival, escolas de primeiro e segundo graus e muitos profissionais estão concorrendo em todo o Brasil, como o DOC TV e outros do Brasil”, fala Thomé.
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Ele se reuniu no fim de semana em Brasília com profissionais de outras regiões do Brasil para selecionar dos 1.800, 20 projetos que serão custeados pelo Ministério da Cultura com o valor de R$ 100 mil reais para a produção.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

A NOITE DE ANA


Ela canta intensamente e compõe com a delicadeza de quem conhece bem as estradas da música. Ana Martel está em seu melhor momento. Lança nesta quinta-feira (17), em grande show no Teatro das Bacabeiras a partir das 21h30, o CD “Sou Ana”, onde deposita sua alma de artista criativa e experiente. Das doze canções do disco, oito são de sua exclusiva autoria. O trabalho é o primeiro do Amapá a ser gravado através de incentivo da Lei Rouanet, com recursos captados junto à Eletrobras.
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Sejamos todos ANA nesta noite!

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

AVE, DONA CANÔ!


Em 2007, na edição especial de Vanguarda 12, que trouxemos como reportagem de capa “Macapá – Enredo da Beija-Flor”, o editorial da revista foi sobre o centenário de Dona Canô. E por ela estar completando hoje mais uma risonha primavera - 102 anos -, postamos aqui o histórico editorial.
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100 ANOS DA MÃE DA TROPICÁLIA
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Aroldo Pedrosa
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No dia 16 de setembro de 2007, Dona Canô, a mãe de Caetano Veloso e Maria Bethânia, fez 100 anos. A cidade do Recôncavo Baiano, Santo Amaro da Purificação, esteve em festa no domingo de sol celebrando o centenário da mais ilustre senhora do lugar. O acontecimento mereceu destaque em toda a imprensa brasileira. No Amapá, entretanto, o jornalista Renivaldo Costa (ex-apresentador do programa Macapá Urgente – TV Macapá) revoltou-se, sobretudo com Deus, por ter concedido à matriarca dos Veloso viver tanto. Para ele, que sempre fez questão de manifestar publicamente o seu inconformismo e preconceito ao menor sinal de ascensão da mulher na sociedade machista dos homens, o alarde em torno daquela simples senhora, mãe da Tropicália, evidentemente que o chacoalharia. Agora pense num cabotino cínico – deslavado cabotino! –metido a intelectual (um pseudo-intelectual de miolo duro, isso que ele) e que se acha “lindo de bonito”, ensandecido com as bênçãos de Santo Amaro e São Salvador à longevidade daquela doce vida baiana. “Canô é uma pessoa canonizada em vida”, disse o ministro tropicalista da Cultura, Gilberto Gil, em entrevista ao Fantástico, depois de entregar carta de felicitações do presidente Lula à aniversariante. Gil foi a Santo Amaro da Purificação representando oficialmente o presidente da República.

As homenagens à celebridade religiosa santamarense começaram no dia anterior, quando a cidade recebeu a imagem de Nossa Senhora Aparecida, vinda de São Paulo, especialmente para a ocasião. Sob aplausos da multidão, em meio à procissão que parou Santo Amaro, Dona Canô se emocionou ao receber das mãos do padre Josafá Morais a imagem da padroeira do Brasil. “Estou recebendo essa graça de Deus de 100 anos com muita satisfação e alegria, porque reunir meus amigos, meus filhos e todos os meus parentes que vieram de longe, para mim e a maior festa”, disse Dona Canô à reportagem do Jornal Nacional. Maria Bethânia, acompanhada por um coro de peregrinos de tantas mil vozes, entoava o clássico Romaria, de Renato Teixeira. “O centenário de minha mãe com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, entrar na casa de Nossa Senhora da Purificação, estar na nossa terra, na nossa cidade, onde minha mãe também é guardiã, é muito bonito e emocionante”.

O filho tropicalista edipiano confesso Caetano Veloso, que na canção Reconvexo reverencia a religiosidade da genitora com o verso “Quem não rezou a novena de Dona Canô?”, na escadaria da igreja matriz cumprimentou-a assim: “A bênção, minha mãe!”. Caetano também disse que foi com ela que aprendeu a escrever e cantar.

“E qual a receita para chegar aos 100 anos”, perguntou a repórter. “Paciência. Porque uma pessoa impaciente, que briga por tudo, não pode viver bem”, revelou, da experiência extraordinária de viver um século, a mãe da Tropicália.

MÃE
Caetano Veloso

Palavras, calas, nada fiz
Estou tão infeliz
Falasses, desses, visses, não
Imensa solidão

Eu sou um rei que não tem fim
E brilhas dentro aqui
Guitarras, salas, vento, chão
Que dor no coração

Cidades, mares, povo, rio
Ninguém me tem amor
Cigarras, camas, colos, ninhos
Um pouco de calor

Eu sou um homem tão sozinho
Mas brilhas no que sou
E o meu caminho e o teu caminho
É um nem vais, nem vou

Meninos, ondas, becos, mãe
E, só porque não estás
É para mim e nada mais
Na boca das manhãs

Sou triste, quase um bicho triste
E brilhas mesmo assim
Eu canto, grito, corro, rio
E nunca chego a ti

SANTO AMARO CELEBRA 102 ANOS DE CANÔ


A Tarde On Line
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A cidade de Santo Amaro da Purificação, localizada no Recôncavo Baiano, ficou lotada na manhã desta quarta-feira, como costuma acontecer anualmente no dia 16 de setembro, quando se comemora o aniversário de Dona Canô. A matriarca da família Veloso completou 102 anos.
As comemorações do aniversário começaram por volta das 10h30, na igreja da Nossa Senhora da Purificação, com uma missa celebrada pelo frei Gilmar Magno, de Salvador. Estavam presentes familiares, como os filhos Caetano e Maria Bethânia, netos e bisnetos de Dona Canô, além da cantora Alcione, que cantou, a pedido da aniversariante, o canto de louvação à Nossa Senhora.
A ex-nora de Dona Canô, Paula Lavigne, chegou de surpresa às comemorações, ao lado de Tom, seu segundo filho com Caetano. Os dois chegaram para a cerimônia já no final, depois das 11h. A missa foi encerrada às 11h30, depois que antigos presentes, recebidos por Dona Canô ao longo dos anos, foram depositados no altar pelos filhos. Depois da missa, os familiares e amigos seguem para um almoço em sua casa, localizada em Santo Amaro.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

UM SÉCULO COM VOCÊ CANÔ!


Amanhã, 16 de setembro de 2009, Dona Canô faz 102 anos. Com a bela canção do Gil, antecipamos aqui os nossos parabéns pra mãe da Tropicália.
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CANÔ
Gilberto Gil

desde o tempo do carro de boi
da época do trem motriz
do auge dos canaviais

tens vivido a semear a luz
a paz e o amor que tem raiz
na índia dos teus ancestrais

vida cheia de momentos raros
nesta cara santo amaro
terra de doces paixões

zeca e todas as meninas
e os meninos, quantos sinos
quantos hinos, quantas orações

hás de ouvir de nós
sempre essa voz
sempre essa voz
sempre em tom de louvor

nossa emoção, canô
nesta canção, canô
nossa emoção, nesta canção

parabéns pra você, canô
cem anos com você, canô
parabéns pra você, canô
cem anos com você, canô

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

EM FESTA O CORAÇÃO DA FLORESTA

A madrinha carioca Lecy Brandão e a afilhada Patrícia Bastos no Bacabeiras
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Joãozinho Gomes e Enrico di Miceli na interpretação de "4 de Fevereiro"
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No show à noite, o grupo Voz canta com Dante Ozetti e Enrico di Miceli
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O grupo gaúcho Voz, ao lado do radialista Carlos Lobato
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Os paulistanos Dante Ozetti e Celso Viáfora convidados para o show
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O músico e parceiro Enrico di Miceli falando também do CD
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O poeta Joãozinho Gomes falando sobre o CD na manhã de quinta-feira (3)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11 DE SETEMBRO DE 2001


A POESIA DAS RUÍNAS
Aroldo Pedrosa
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Os meus versos eu os componho
Como sopro de vento em dia medonho
Não procuro nem conduzo minha poesia
Não consulto dicionário
Previsão de tempo, ampulheta, horário
E muito menos a biruta do serviço de meteorologia
Os meus versos faço, não peço
Recolho de restos, de estilhaços
E vou compondo e não tropeço.
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Com eles refaço vidas
Remonto sonhos
Os meus versos vêm das ruínas
E dos escombros

O SAX DE ESPÍNDOLA NO CONCERTO DE VERÃO


Márcia Corrêa
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A Confraria Tucuju traz ao palco do projeto Concertos de Verão, nesta sexta-feira (11), o saxofonista amapaense José Espíndola. Nascido na localidade de Igarapé do Franquinho, arquipélago do Bailique, o músico de 60 anos é uma das mais importantes referências da música instrumental no Amapá.
José Olímpio Cordeiro Espíndola cumpriu a trajetória dos grandes músicos amapaenses. Aluno do antigo Ginásio de Macapá, o GM, integrou a Banda de Música Oscar Santos, aprendendo pelas mãos do próprio mestre na juventude. Na década de 60, juntamente com outros músicos, fundou o conjunto “Os Cometas”, sucesso nos bailes da época.
Integrou também as bandas de maior sucesso da noite amapaense como “Milionários R-5”, “Mocambos”, “Os Setentrionais” e “Banda Brind’s”. Na década de 1980 fez parte do projeto Lembrando Elis, do SESC, espetáculo que percorreu as cidades de Belém-PA, São Luiz-MA, Fortaleza-CE, João Pessoa e Guanabara-PB e Natal-RN.
Como músico acompanhou diversos cantores amapaenses como Amadeu Cavalcante, Ronery, Zé Miguel, Grupo Pilão, Grupo Sambarte e Osmar Jr. Participou de álbuns de Marcelo Dias, Fernando Chaves, Naldo Maranhão, Osmar Jr. e banda Os Setentrionais.
Em 2003, depois de 40 anos dedicados à música instrumental, lançou seu primeiro CD, “Tua Luz”, com repertório de composições próprias e de músicas religiosas. Em 2006 lançou seu segundo CD, “Eu e Você”, com a maior parte do repertório próprio. Esse trabalho traz uma homenagem ao Mestre Oscar na música “Inesquecível Melodia”. Há cinco anos voltou a integrar a banda “Os Cometas”, que reuniu os fundadores dos anos 60.
No show de Espíndola haverá ainda a participação do bailarino ampaense Agesandro Rêgo, que fará performance.
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Serviço:
Concertos de Verão
Dia 11 de setembro
Às 20 horas
No Largo dos Inocentes
Av. Mendonça Furtado, atrás da Igreja São José

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

PIXINGUINHA: ESTRELAS DA MPB NO AMAPÁ


O palco do Teatro das Bacabeiras vai receber uma constelação de estrelas da Música Popular Brasileira durante o show do Projeto Pixinguinha, que este ano contemplou três artistas do Amapá. Dividindo o palco com Patrícia Bastos, Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes estarão Leci Brandão, Nilson Chaves, Dante Ozzetti, Celso Viáfora e o Grupo Voz.
O show acontecerá no dia 3 de setembro, nesta quinta-feira, às 20h30, com entrada franca. Será reprisado no dia 5 de setembro na orla de Ferreira Gomes, pousada Maramalde, desta vez com as participações de Celso Viáfora e Dante Ozzetti. Os dois espetáculos fazem parte do circuito de lançamento dos CDs “Amazônica Elegância”, de Enrico Di Miceli e Joãozinho Gomes e “Eu sou Caboca”, de Patrícia Bastos.
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Constelação MPB
A carioca Leci Brandão foi a primeira mulher a fazer parte da ala de compositores da Mangueira. Filha de família humilde, em 1974 gravou seu primeiro LP e recebeu inúmeros prêmios de crítica. Foi o começo do que se tornou uma das maiores representantes da MPB e do samba. Engajada e comprometida com as causas sociais, Leci canta a vida do povo e defende a gente brasileira. Já esteve em Macapá no show de 50 anos de Joãozinho Gomes e Val Milhomem e no Encontro dos Tambores do ano passado.
Celso Viáfora é um dos mais importantes nomes do samba paulistano. Compositor, intérprete, violonista e arranjador tem seu nome e obra registrados em um capítulo do livro “Tem Mais Samba”, do escritor e jornalista carioca Tárik de Souza. É também capítulo do livro “Herança do Samba”, escrito por Aldir Blanc em parceria com Hugo Sukman e Luiz Fernando Vianna. Outro que vem ao Amapá é Dante Ozzetti, compositor, violonista, arranjador e produtor musical paulistano. Irmão da cantora Ná Ozzetti e da flautista Marta Ozzetti foi vencedor do Prêmio Visa, autor do CD "Ultrapássaro" e do elogiado álbum "Achou!”, em parceria com a cantora Ceumar.
Vem de Santa Maria, no Rio Grande do Sul, o Grupo Voz. O trio é formado por Gustavo Dall'Acqua (voz e violão), Vinícius Londero (voz e percussão) e Rodrigo Londero (voz e violão) e faz um trabalho acústico de voz, enriquecido por violões aço e nylon e percussão. Atualmente está gravando seu primeiro trabalho.
O paraense Nilson Chaves é um dos maiores representantes da música amazônica. Dono de voz suave e compositor de incomparável sensibilidade, faz de sua arte a tradução do jeito de ser do povo amazônico. Ribeirinhos, caboclos, pajés, índios e lavadeiras das beiras de rio, personagens que habitam o íntimo de todos que aqui vivem, se misturam à grandeza das forças da natureza e da consciência crítica em sua obra.
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Ferreira Gomes no circuito do Pixinguinha
Pela primeira vez o Projeto Pixinguinha chega ainda mais dentro do Brasil. Um dos shows de Patrícia Bastos, Joãozinho Gomes e Enrico Di Miceli, com participação de Dante Ozzetti e Celso Viáfora, acontecerá na Pousada Maramalde, na orla de Ferreira Gomes. O lugar mágico, banhado pelo rio Araguari, das cachoeiras e da poesia, fica a uma hora e meia de carro, partindo da capital Macapá, com estrada asfaltada.
Ferreira Gomes é hoje uma referência para o turismo na região, com inúmeras pousadas e restaurantes. Oferece belas paisagens e revigorante banho nas águas do Araguari. O show do Projeto Pixinguinha pretende inaugurar um circuito novo de espetáculos de música, aliando cultura e lazer. Por essa razão acontecerá no dia 5 de setembro, início de um final de semana de feriado prolongado para que os admiradores da boa música possam ter momentos inesquecíveis.

Serviço
Pousadas em Ferreira Gomes
Maramalde – 3326-1510 / 9141-0632
Buriti – 3326-1413 / 9971-7424
Tucumã – 3326-1325 / 9974-7576
Thassos – 3326-1250
Arte e Sabor – 3326-1419

LIBERDADE DE IMPRENSA NO AMAPÁ


Já está circulando em todo o Amapá o semanário O ESTADO, que tem à frente o competente jornalista Emanoel Reis – colaborador da revista Vanguarda. Emanoel é jornalista formado pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e milita na imprensa amapaense há décadas. No editorial da edição que está nas bancas, O ESTADO deixa bem claro que vem pra fazer a diferença entre os jornais, tablóides e pasquins que circulam no meio do mundo. Postamos aqui o “editorial-estilingue”, cujo principal alvo é a imprensa tucuju dominada.
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Liberdade, liberdade, abra as asas sobre nós!
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INFORMAÇÃO MANIPULADA
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Nos dias sequentes após o prédio onde funcionava o depósito de merenda escolar e almoxarifado da Secretaria Municipal de Educação (Semed) ter sido totalmente destruído pelo fogo, a imprensa macapaense fez veicular matérias mal-ajambradas, escoradas por manchetes garrafais, sugerindo que o incêndio fora criminoso, provocado por “atos terroristas” visando “prejudicar” a administração do prefeito Roberto Góes (PDT).
O incidente ocorreu na madrugada de 13 de julho. Na manhã de 17 de gosto, o Corpo de Bombeiros divulgou laudo revelando que o incêndio fora provocado por um curto-circuito nos fios desencapados – com certeza, por falta de manutenção – do velho edifício. No dia seguinte à divulgação do laudo, nenhum jornal, programa de rádio ou colunista se preocupou em esclarecer a população sobre o deplorável equívoco cometido em passado recente.
Esse episódio lamentável, protagonizado em Macapá por empresas de comunicação e jornalistas ansiosos em agradar os manda-chuvas de plantão, poderia ser convertido em tema de estudos na única faculdade de comunicação ainda em atividade no Amapá. Infelizmente, passou despercebido. E quando isso acontece, significa que uma parte da sociedade está muito doente.
Em especial, porque desde o início a cobertura da imprensa no incêndio do depósito da Semed foi extremamente tendenciosa. Talvez não por culpa de repórteres ou redatores. Mas sem dúvida, uma determinação dos donos das empresas, clientes preferenciais dos governos.
Ou seja, eis aí uma prova inconteste de que liberdade de imprensa só existe nos compêndios meramente academicistas, cuja utilidade prática no mercado de trabalho para os jornalistas com alguma seriedade esbarra – e sempre esbarrará – nos interesses políticos e comerciais do dono da empresa.
Esse mau comportamento no jornalismo é estimulado por bucaneiros travestidos de empresários de Comunicação, locupletadores das verbas publicitárias disponibilizadas por governos essencialmente corruptos que precisam da imprensa domesticada para que a sociedade não seja devidamente informada sobre as irregularidades cometidas nos porões do poder.
Ao atropelar direitos individuais, ignorar provas, transformar suspeitas em matérias jornalísticas, menosprezar evidências contrárias à tese defendida, esse arremedo de empresário apenas contribui para denegrir a imagem da imprensa amapaense.
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Emanoel me liga pra dizer que a nova edição chega às bancas na sexta-feira, 4.